João Santiago é um típico jovem de 23 anos de Fortaleza (CE). Estuda numa faculdade, gosta de tecnologia, usa as redes sociais para se comunicar e, de vez em quando, sai com os amigos para conversar. Certa vez ele foi convidado para ir a um bar, mas recusou o convite porque não sabia o quanto o local era acessível.

Santiago tem paralisia cerebral e dificuldades de mobilidade. E sempre quando se prepara para se divertir, tem que se preocupar se o estabelecimento é preparado para atendê-lo. Como muitas pessoas sofrem com o mesmo problema, ele resolveu agir e desenvolveu um aplicativo para classificar a acessibilidade dos lugares. A ideia é ajudar as pessoas com deficiência a ter uma vida social.

O aplicativo se chama “Dá Pra Ir” e começou a ser desenvolvido em novembro de 2014. “Vi que muitas pessoas deficientes tinham a mesma frustração que a minha. Em dezembro eu terminei a primeira versão e decidir levar para a Campus Party”, conta Santiago.
O aplicativo funciona de forma colaborativa. O usuário, por meio do celular, faz check-in no local onde visita e coloca informações de quão acessível são as instalações. É possível também fazer avaliações em critérios como presença de banheiros acessíveis, regularidade do terreno, existência de rampas e piso tátil.

A popularização do aplicativo

Ao chegar na Campus Party, Santiago conheceu a empreendedora Juliana Glasser, 31 anos — CEO de uma empresa de software chamada Carambola. Ela estava no evento para ser mentora de negócios em uma maratona promovida pelo Sebrae. “Fiquei encantada com o aplicativo e fiz uma parceria com o Santiago para ajudar a levar o Dá Pra Ir para as lojas de apps. Nossa relação deu tão certo que hoje ele trabalha como programador na Carambola”, afirma Glasser.

O Dá Pra Ir está disponível gratuitamente para Android. A expectativa é de que as versões para iOS e Windows Phone sejam lançadas em dois meses. Mais de 700 downloads foram realizados até o momento.

Santiago e Glasser também estão desenvolvendo um plano de negócios. Eles pretendem buscar empresas interessadas em patrocinar a ideia, e assim conseguirem a monetização necessária para expandir cada vez mais as funções do aplicativo.

O obetivo do programador é ampliar a proposta para outras deficiências, como a visual, e levar o app também para outros países. “Quero continuar programando, empreendendo e trazendo novas ideias para ajudar pessoas deficientes. Para mim, o Da Pra Ir é um sonho de empreender ajudando a sociedade”, afirma.

Fonte: PEGN

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