Mauro Dagna, de 47 anos, que já visitou 10 países (menos de 25% do seu objetivo final) e percorreu cerca de 30 mil quilômetros em cima de uma moto. No final de fevereiro o italiano passou o dia em Santos, litoral de São Paulo. Dagna foi recebido na exportadora de café Stockler (parceira do patrocinador do viajante, a torrefadora italiana Lavazza), onde descansou para dar continuidade à viagem.

Apesar de não ter tido tempo para conhecer a Cidade, elogiou a recepção não só dos santistas, mas de todos os brasileiros. “Tive sorte de só conhecer pessoas muito boas ao longo da viagem, principalmente aqui no Brasil, onde muitos estão dispostos a me hospedar. Isso é incrível”.

Batizado como “Vagabondo per il Mondo”, o projeto busca investidores que possam financiar um hotel no município de Asti (próximo a Turim, na região de Piemonte) na Itália, que receberá e capacitará pessoas com síndrome de Down. “A intenção é que, no local, além de aprender ofícios de camareiro, garçom e recepcionista, por exemplo, essas pessoas adquiram independência e fiquem mais seguras e confiantes do que são capazes de fazer”, afirma.

Além de encontrar investidores, o principal objetivo de Dagna é difundir a ideia do projeto que, segundo ele, pode ser aplicado em qualquer lugar do mundo. “Me vejo como embaixador dessa ideia. Realmente acredito que isso pode ajudar as pessoas com Down”.

Dagna se sensibilizou com a causa após conhecer duas pessoas com a síndrome em um restaurante que frequentava em sua cidade natal. Então, abandonou o emprego em uma multinacional e decidiu abraçar o projeto. “Aos 47 anos parei de trabalhar. Não estava satisfeito, faltava alguma coisa. Hoje me sinto realizado e bem comigo mesmo”, diz..

A volta ao mundo do italiano teve início em 22 março de 2014 e está prevista terminar na Itália, onde tudo começou, no final de 2017. O Brasil é o décimo país do roteiro e ele já percorreu 23% do trajeto (são previstos 130 mil quilômetros). Dagna passa a sexta-feira e o sábado em Guarujá e depois continua a aventura por outros países da América do Sul.

Dificuldades

Os problemas ao longo do percurso não foram muitos. Atravessar os países sob duas rodas é a menor das dificuldades encontradas pelo aventureiro. “O calor claro que não é confortável. Peguei quase 40 graus no Rio de Janeiro e não foi bom. Dirigir com chuva também não é bom. Assim como com muito trânsito e caminhões, porque dificulta bastante”, conta Dagna, que começou a andar de moto aos 40 anos.

A maior dificuldade que encontrou, no entanto, foi no Brasil e no Maláui, país africano. “Nestes dois lugares tive problema com a gasolina. No Maláui tinha muita água misturada ao combustível. Aqui no Brasil, em Brasília, fiquei com a moto parada em janeiro. Fui obrigado a limpar o tanque e trocar o filtro da gasolina, além de consertar o carburador. A qualidade da gasolina não era boa”.

Quem quiser mais informações sobre a ação pode acessar o site www.vagabondoperilmondo.com, já o site do hotel italiano que desenvolve o projeto é (www.albergoetico.it).

Fonte: Rockriders

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