Intercâmbio estudantil acessível, uma viagem do conhecimento.
No Brasil, Ana Beatriz Ranieri, de 16 anos, está acostumada a fazer balé contemporâneo, montar a cavalo e nadar. Mas a estudante, que é paraplégica, deixou desconcertada a professora de dança da Stelly’s Secondary School, em Victoria (distrito de Vancouver, no Canadá), ao aparecer na aula.
– Ela não estava acostumada a lidar com alguém em cadeira de rodas, ficou meio perdida. Foi um choque – conta ela, que está fazendo intercâmbio no Canadá desde setembro. – Cheguei até a pensar em desistir, porque o estilo de dança deles é ensaiado, com os passos marcados. Isso foi uma dificuldade tremenda para mim, pois eu acho que a dança deve vir da pessoa e de seus limites. Foi então que eu notei que tinha muito a contribuir com a aula e resolvi ficar. Agora, quero entrar no basquete – planeja.
Apesar da saudade de casa – ela conta que sente falta “até do colégio” onde estuda, em Niterói -, Ana Beatriz diz que a experiência está sendo maravilhosa, principalmente porque a cidade é plenamente adaptada a cadeirantes:
– Tenho muita liberdade para me locomover, pois os ônibus são todos adaptados, e há banheiros assim em qualquer lugar a que eu vá. Pude até esquiar sem problemas, e foi maravilhoso. Mas tenho sentido mais olhares “tortos” do que no Brasil, talvez porque, justamente pela autonomia que tenho aqui, faço muitas coisas sozinha. De qualquer forma, não importa o lugar a que se vá, vão ter uma percepção diferente de você.
Não há programas específicos para pessoas com deficiência nas agências de intercâmbio, mas isso não significa que quem está interessado em passar uma temporada no exterior deva desanimar. Segundo o diretor regional da Bex-Niterói, João Guilherme Mofati, a maior dificuldade enfrentada pela estudante foi encontrar uma escola que pudesse atender a todas as suas necessidades. Ele conta que Ana Beatriz é a primeira intercambista cadeirante da agência, que está há 20 anos no mercado e tem 12 escritórios espelhados pelo país:
– Fizemos uma procura em cerca de cinco escolas nos Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia. Apenas mudou um pouco o processo. As famílias brasileira e canadense travaram mais contato, e eles até construíram uma rampa na frente da casa para ela, que foi bancada pela escola. Todos “compraram” o projeto de recebê-la.
A Turismo Adaptado tem explorado o campo dos intercâmbios para escolas e universidades de diversas partes do mundo, para oferecer as melhores ofertas. Alguns locais oferecem uma estrutura muito boa para a locomoção e o aprendizado, como Vancouver que já foi eleita por mais de uma vez a melhor cidade do mundo para morar, e sediou as Paraolimpíadas de Inverno em 2010. A Vancouver English School é uma de nossas parceiras que possui acessibilidade para todos os ambientes da escola.
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Fonte: O Globo
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Boa noite,
Sou estudante do curso de Turismo e Entretenimento do CEFET/Rj e fiquei super interessada na proposta do site. Aliás, essa matéria (11/04/2011) sobre a Ana Beatriz Ranieri, em especial, me chamou muita atenção, uma vez que estou elaborando um trabalho sobre intercâmbios, e uma das vertentes a ser explorada é a questão da acessibilidade neste meio.
Gostaria de saber da possibilidade de contato com a jovem, Ana Beatriz Ranieri.
Qualquer e-mail ou outra fonte para contato seria muito bem vinda.
Agradeço e aguardo por resposta urgente,
Abraços.
Olá, não tenho o contato de Aba Beatriz, mas se quiser eu elaborei um livro digital chamado “Acessibilidade e inclusão no turismo”, um DVD com artigos, fotos, leis, vídeos, normas, trabalhos, apresentações, reportagens e diversos outros materiais sobre o assunto. Se quiser adquiri-lo, veja mais informações no link a seguir. Nesse material muitas de suas dúvidas já podem ter uma resposta, mas se mesmo assim elas persistirem, pode entrar em contato comigo que eu lhe orientarei.
https://ricardoshimosakai.com.br/2010/07/08/livro-digital-%e2%80%9cacessibilidade-e-inclusao-no-turismo%e2%80%9d/