Instituto promove a prática de esporte entre cadeirantes no Rio
A quadra até pode parecer de basquete, mas o que se joga é futebol. Em campo vê-se velocidade, correria e o sentimento de liberdade. Isso é o que diz Viviane Ferreira, atleta do Power Soccer, modalidade do futebol para pessoas deficientes. Vivian, que tem Atrofia Muscular Espinhal, diz que antes de começar a praticar a modalidade não gostava de esporte.
— Nunca entendi a paixão de meu irmão por futebol. Hoje eu adoro! A dinâmica é muito gostosa, a gente se sente livre! Nós podemos correr e andar com velocidade! — explica Viviane.
A atleta diz ainda que a sua qualidade de vida melhorou muito depois que começou a jogar o Power Soccer, ela destacou a melhora em sua respiração, que costumava ser um pouco comprometida devido à sua deficiência. Além disso, ela diz que o esporte mudou a sua socialização e autoconfiança. O esporte permite que pessoas com qualquer tipo de deficiência possam disputar uma partida. Apesar disso, ela diz que ainda são poucos atletas, principalmente entre as mulheres.
— Fui a primeira mulher chamada para a seleção brasileira. Ainda somos poucas, no time do Brasil tem eu e mais uma menina apenas — disse Viviane, que esclareceu que as equipes são mistas.
No Brasil, existem cinco times que disputam a modalidade. Um deles é o de Viviane, o Clube Novo Ser de Power Soccer, que treina na Associação Atlética Light do Grajaú, zona norte do Rio, aos sábados, das 14h às 16h. Com oito integrantes, o time tem o treinamento aberto para a visitação de pessoas interessadas em participar da equipe.
De acordo com Camila Vasconcellos, uma das coordenadoras do Instituto Novo Ser, que promove a prática do esporte adaptado no Rio, o clube não conta com nenhum apoio governamental. Ela explicou que há apenas ações de apoio de algumas empresas privadas, mas que ainda assim não garantem tudo o que é necessário.
— Precisamos de cadeiras específicas para a prática do esporte, mais atletas, ajuda de custo para os jogadores e equipe, além de patrocínio para viagens — relatou Camila.
Segundo Viviane, para disputar os jogos ela teve de realizar uma campanha na internet para comprar uma cadeira motorizada, a qual explicou não ser a ideal. Ela explicou que o modelo criado para a prática da modalidade, a strike force, custa cerca de U$ 8 mil, o que seria um fator limitador na adesão de novos jogadores.
— O preço é muito alto e a cadeira vem sem nenhuma adaptação. Eu, por exemplo, preciso de um encosto de cabeça, tem quem precise de um lugar para por um aparelho respiratório. A gente não tem recurso para comprar— afirmou.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Viviane segue esperançosa e acredita que a modalidade conseguirá se consolidar. Ela, que até hoje só participou de competições como atleta reserva, sonha em ser a primeira mulher brasileira a entrar em campo e ser campeã de uma competição internacional.
— Meu sonho é ter uma cadeira adequada para competir internacionalmente. Quero ser a primeira mulher brasileira a ser campeã de uma competição internacional — disse entusiasmada.
Fonte: R7.Com
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