Inglês vítima de talidomida vira artista famoso ao pintar com a boca e os pés
Tom Yendell, de 50 anos, já fez mais de 500 quadros e escreveu um livro. Remédio para enjoo de grávidas deformou milhares de bebês de 1950 a 60.
Um inglês que nasceu sem os braços – em decorrência de sua mãe ter usado, durante a gravidez, o medicamento contra enjoo talidomida, que causou malformações em bebês no mundo todo – virou artista profissional e ficou famoso por pintar com a boca e os pés. As informações são do site do jornal britânico “Daily Mail”.
Tom Yendell, de 50 anos, usa os lábios, a língua, os dentes e até a cabeça para criar pinceladas diferentes nos quadros. Ao todo, ele já produziu mais de 500 obras, e centenas delas têm aparecido em cartões, papéis de embrulho e paredes no Reino Unido.
Apesar do problema congênito, o homem – que mora na cidade de Alton, condado de Hampshire – decidiu levar uma vida normal e acredita que sua arte possa provar que nada seja realmente um grande obstáculo para quem tem força de vontade.
Yendell é pais de dois filhos, trabalha como artista profissional há 30 anos e já lançou um livro sobre sua história. Às vezes, ele sente cãibras musculares por causa da posição em que fica, mas nada que não possa ser superado.
“‘A talidomida é apenas uma daquelas coisas que acontecem na vida. Você não pode fazer nada sobre isso; portanto, é melhor seguir em frente e tentar ser uma pessoa positiva”, disse.
O inglês, que não se vê como alguém com deficiência, é um dos 458 bebês que sobreviveram à talidomida no Reino Unido, segundo a organização de apoio às vítimas Thalidomide Trust. E, para cada criança que resistiu, outras dez morreram.
Entre as décadas de 1950 e 1960, o medicamento foi usado contra náuseas, dores de cabeça, insônia, tosse e resfriados. Os bebês cujas mães tomaram o remédio acabaram nascendo com deformidades nos olhos, ouvidos, órgãos genitais, coração, rins e sistema digestivo.
Quando a droga foi retirada do mercado, em 1961, mais de 10 mil crianças já haviam sido atingidas. Em agosto deste ano, pela primeira vez, o fabricante alemão Grünenthal pediu desculpas públicas pelo erro.
Fonte: G1
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