Informação sobre locais e serviços turísticos acessíveis em formato acessível
Esta matéria foi escrita por Ricardo Shimosakai para a Revista Reação – Revista Nacional de Reabilitação. Ano XV, Número 87, julho/agosto 2012, página 75.
Há diversos esforços para tornar os locais acessíveis para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Atualmente, também começou a se perceber que não são somente os locais devem ser acessíveis, mas também os serviços. Ambos os conceitos, estão aos poucos sendo aplicados no cenário do lazer e turismo.
Diversas cidades possuem centros de informação turística, para poder orientar o turista e divulgar os atrativos que a localidade oferece. Porém ainda não se pensa no turista com deficiência da forma correta, e muitas vezes são indicados atrativos de interesse, mas sem nenhum preparo para receber este visitante. Então como fica um usuário de cadeira de rodas que foi orientado pelo centro de informação turística a visitar um local, e acaba descobrindo que o único acesso para o estabelecimento se dá somente por uma longa e extensa escada?
Por vezes, há informações que não estão contidas nos impressos distribuídos pelo centro de informação, e também temos dúvidas particulares que gostaríamos de perguntar ao atendente. Nesse caso, como um surdo que se comunica através da Libras pode dialogar e tirar suas dúvidas?
Os impressos turísticos estão recheados de belas imagens com informações básicas sobre o funcionamento do local ou serviço, programação semanal ou mensal das atrações e mapas de localização. Mas são impressos convencionais, que não conseguem atender às pessoas com deficiência visual que utilizam o método Braille.
Muitos dos espaços de lazer e turismo possuem uma programação variada. Cinemas e teatros mudam constantemente seus filmes e peças, museus e galerias de arte mudam suas exposições, e centros culturais também tem uma rotatividade nas atrações oferecidas em seu local. Uma parte dessas oportunidades de lazer e cultura tem recursos de acessibilidade, como por exemplo audiodescrição, identificação em Braille, guias multimídias, etc. Nesses casos, as ofertas culturais são temporárias e itinerantes, e os recursos de acessibilidade também assumem essa característica. Por isso a necessidade de manter a sociedade informada de toda a programação cultural existente de forma atualizada com uma descrição detalhada dos recursos de acessibilidade oferecidos, pois como se pode perceber, não se pode atribuir esses itens como algo permanente do estabelecimento.
São diversas as variantes que envolvem a informação e o turismo. Além de tudo o que foi citado, podemos adicionar a acessibilidade nos sites e blogs, oficiais dos atrativos turísticos, ou aqueles que divulgam a programação cultural ou simplesmente promovem os espaços. É necessário uma configuração especial da página na web, para que pessoas com deficiência visual possam ter acesso a eles através de um software de leitura. Monitores e guias, capacitados para atender surdos usuários da Língua de Sinais. Todo informativo impresso, muitas vezes distribuído em locais de exposição e teatros, devem ter alternativas em Braille para cegos e se preocupar com material com letras ampliadas e contrastantes para quem possui baixa visão.
A informação é a chave de ignição para quem quer visitar um local ou utilizar serviços de lazer ou turismo. Por isso a informação deve ser atualizada, de fácil entendimento e acessível. Também é o combustível que faz com que tudo possa transcorrer de forma adequada e com um bom aproveitamento, pois a informação nos rodeia por todos os lados. Depois de finalizado o passeio ou atividade, as informações que conseguimos absorver, é que servirão como um termômetro para sentir nosso nível de nossa satisfação.
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Sr. Ricardo Shimosakai,depois que conheci o Turismo Adaptado onde estou lendo sempre os artigos que voces mandam, abrindo varias frentes para que o deficiente tenha mais liberdade de transitar dentro de sua cidade e participar dos acontecimentos importantes do pais, como foi o caso da acessibilidade nas eleicões, me entusiasmou querer aventurar a desbravar novos lugares, cidades, paises ETC Sendo a minha primeira vez, estou sentindo dificuldade porque pelas agencias de turismo não encontro orientacão, como foi seu caso junto a CVC. Solicito que o Turismo Adaptado abra, si possivel , mais esta frente para orintar os deficientes quando em planejamento de suas viagens de turismo, informando possiveis hoteis , pousadas, passeios acessiveis ao deficiente etc.Agradecemos antecipadamente, Onilda Peixoto Date: Wed, 31 Oct 2012 15:00:27 +0000 To: [email protected]
Olá Onilda, a Turismo Adaptado está com um projeto de agenciamento de viagens. Já realizamos esse tipo de serviço, mas a procura é bastante grande, por isso vimos a necessidade de aperfeiçoá-la. Algumas dicas serão colocadas no portal, porém o serviço através da agência será algo mais completo e com qualidade.