Idoso cadeirante cai do ambulift no aeroporto de Congonhas e entra em coma
A viagem para tratamento médico do arquiteto Fernando Porto de Vasconcellos, 71, acabou em tragédia após um acidente no aeroporto de Congonhas (SP). Cadeirante desde que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), ele foi colocado em um ambulift, espécie de ônibus que tem um elevador, usado para mover do avião passageiros com dificuldades de locomoção. Após uma freada brusca do carro, Vasconcellos foi arremessado, bateu a cabeça e está internado, em coma.
O arquiteto voltava de Brasília, onde faz tratamento no hospital Sarah Kubitschek há quatro anos, desde o AVC. Já havia recuperado bem a fala e parte do movimento. Por volta das 14h, o voo da Gol que o trouxe chegou a Congonhas e a empresa providenciou o ambulift para que ele saísse da aeronave.
Uma funcionária da Gol segurava a cadeira de rodas, conta a filha dele Moira de Castro Vasconcellos, 42, a partir do relato da mãe, que acompanhava o arquiteto. Na pista, o ambulift freou bruscamente e a funcionária da Gol caiu sobre a cadeira de rodas. A cadeira tombou e Vasconcellos bateu a cabeça.
ESTADO GRAVE
Ele foi levado ao hospital Santa Paula, no Brooklin Paulista, (zona oeste de São Paulo), onde está na UTI em estado grave. Segundo o hospital, o arquiteto teve traumatismo cranioencefálico. Os médicos esperam que o quadro de saúde se estabilize para que ele passe por uma cirurgia. Os funcionários da Gol, que acompanharam a família ao hospital anteontem, já não estavam mais lá ontem. A família diz que, apesar de ter plano de saúde, está tendo que arcar com despesas não cobertas pelo seguro.
“Estou inconformada que um meio de transporte para cadeirantes não tinha cinto de segurança”, afirma Moira. A Infraero, responsável pelo ambulift, diz que não há cintos para prender as cadeiras e que elas são travadas.
Para Jairo Marques, colunista da Folha que é cadeirante e usa o ambulift, o travamento não é suficiente e a cadeira de rodas deveria ser presa por um cinto. “O travamento não segura a cadeira.”
Outro lado – Infraero diz que freada brusca causou acidente
A gol afirmou que a Infraero é a responsável pelo serviço de transporte no ambulift e apenas contrata o serviço. Por isso, não poderia responder o porquê de a cadeira de rodas não ter sido presa. A Infraero diz que as cadeiras não são presas em cintos de segurança e, sim, travadas. Esse procedimento, de acordo com a empresa, foi feito pela funcionária da Gol.
A Infraero disse que, apesar do travamento, a cadeira tombou após uma freada brusca do ambulift devido a parada de outro carro que vinha à frente. As duas empresas disseram que estão prestando toda a assistência ao arquiteto.
Fonte: Folha de São Paulo
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Acompanhei esta notícia pela manhã com espanto e indignação! Não existe justificativa. Como sempre, as tragédias acontecem e, só depois, se pensa em como seria simples evitá-las. Na minha opinião, trata-se de total indiferença e um profundo desrespeito pelo ser humano. Só espero que os responsáveis, autoridades e população em geral não deixem que esse absurdo caia no esquecimento.
Considero isso uma falha de todo o complexo aeroportuário pois tenho conversado com as Companhias Aéreas, Infraero e ANAC para implantar um projeto comprovadamente eficaz, que melhora o nível de qualidade no atendimento, e também elimina situações de perigo como essa. Porém não existe aceitação por parte dessas empresas, e enquanto isso damos abertura para acontecer casos trájicos como esse
É por aí mesmo Ricardo. Há entre nós gente capaz de resolver os problemas (como você). Acontece que quem resolve problemas aparece e seria forte candidato a ocupar posições de comando graças às suas qualidades de problem solver. Acontece por outro lado, em virtude de heranças culturais, que há entre nós muita gente incompetente, mediocre e esperta, ocupando postos de comando. Quando este é o caso, os que são capazes de resolver os problemas não são convocados para não fazer sombra nos executivos incomptentes.
Jogos de interesse, burocracias, politicagem atrapalham o crescimento de qualquer coisa. Quando morei no Japão, pude entender porque um país pequeno como aquele consegue ser uma potência. Honestidade, pensar no coletivo e qualidade são virtudes desse povo, e o sucesso é uma consequência.
Comentário sobre esse assunto em meu blog
http://www.falandosobreela.blogspot.com
Grato.
Jorge
É sempre assim….alem de nao admitir a falha, ainda tentam justificar o injustificavel. e vai coontinuar tentando justicar ateh o fim…oras…se o travmento nao é suficiente, porque entao nao se usa tb o cinto ?? o objetivo é ke deve ser buscado e nao apenas seguir formalidades inocuas……e outra coisa….quem sera o orgao ke aprovou tal tipo de veiculo sem levar em contas todas as possibilidades, ainda mais de uma freada brusca, que nao é nada incomum..
Há uma briga entre Infraero e companhias aéreas em relação ao ambulift, onde cada um joga a responsabilidade para o outro. Na verdade, não há nenhuma norma que estabelece como deve ser a estrutura desse equipamento, nem a sua operação. Vou começar a pensar nisso, e mesmo que os órgãos público não me apóiem como acontece na maioria das vezes, vou criar uma normatização própria para garantir a qualidade de atendimento e segurança a todos.