Sessenta artistas, com idades a partir dos 18 anos, vão ser os primeiros protagonistas de um projecto que arranca online esta terça-feira, o HeArt, que pretende dar visibilidade, promover e vender a arte criada por deficientes que frequentam a CERCICA.

O site www.heart.pt funciona como uma loja online onde estão publicados trabalhos de criadores com deficiência e que podem ser adquiridas inicialmente mediante uma transferência bancária mas que poderão ser pagas em breve através de cartão de crédito.

Cada obra é acompanhada por uma biografia do artista, sem qualquer referência à deficiencia que tem. O objectivo é “valorizar o indivíduo”, sublinhou ao PÚBLICO Sofia Perestrelo, presidente da HeArt, que realça o “entusiasmo” com que a plataforma foi recebida entre as pessoas que a vão integrar nesta fase inicial.

Criado este ano, o projecto social, que também tem uma página no Facebook a partir desta terça-feira, pretende “promover a valorização dos seus artistas dando-lhes visibilidade e oportunidades iguais”. O objectivo é trabalhar com instituições sociais e com estas encontrar potenciais artistas que venham depois a integrar o site.

Para já, arranca com as obras de 60 pessoas da CERCICA, mas o HeArt quer desenvolver parcerias com outras instituições e alargar o número de trabalhos para venda online. Outras das metas do projecto é criar parcerias com criadores nacionais e internacionais, realizar eventos de promoção à arte e exposições.

Sofia Perestrelo explica que com o dinheiro angariado com a venda das peças a plataforma pretende “contribuir para o aumento da capacidade financeira dos artistas” e também que o projecto se torne “auto-sustentável, sem dependências”, já que até aqui tem apenas contado com o apoio financeiro de particulares.

Uma visita ao atelier da CERCICA foi o ponto de partida para o projecto. “No atelier encontrámos um grupo de artistas e talentos artísticos fantásticos e esta é uma realidade nacional. Existem pelo país associações que têm artistas e é uma pena não serem apreciados e terem visibilidade. Porque não fazer uma plataforma, dar estes artistas oportunidades iguais?”, conta Sofia Perestrelo.

A presidente do HeArte diz que a única dificuldade foi escolher entre as obras que foram encontradas. “Há trabalho muito bom. Os artistas têm uma visão do mundo muito própria e conseguem exteriorizar emoções de uma forma que eu não tenho capacidade”, considera.

O projecto HeArt tem como madrinha a jornalista Judite de Sousa e na apresentação desta terça-feira vai contar ainda com a presença do ministro da Solidariedade Trabalho e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e Carlos Jesus Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, autarquia que atribuiu à plataforma o primeiro lugar na categoria de Empreendedorismo Social, no 8.º Concurso de Ideias de Negócios de Cascais.

Fonte: publico.pt

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