Goianos que perderam algum membro ou movimento do corpo conseguiram seguir trabalhando e realizar sonhos depois de conseguir prótese. O piloto de helicóptero Carlos Santoro, de 28 anos, é uma dessas pessoas. Depois de sofrer um acidente e perder o braço direito ele conseguiu uma prótese e continuou trabalhando no que sempre gostou.
O piloto conta que sofreu o acidente há cinco anos, pouco tempo depois de se formar. “Eu estava em uma festa na pecuária. Na hora de ir embora eu estava com um amigo e fui de passageiro no banco da frente. Em uma curva o carro perdeu a traseira e começou a rodar. Quando bateu em uma árvore, na lateral, atingiu meu braço e amputou na hora”, disse.
Um ano e meio depois do acidente ele realizou o sonho de voltar a voar por causa de uma prótese que conseguiu no Centro de Reabilitação e Readaptação Doutor Henrique Santillo (Crer), em Goiânia.
O instrutor dele, Dari Gilmar Francisconi, o ajudou a recuperar a prática depois do acidente. “O desafio maior foi acreditar que alguém voaria com ele com uma prótese, porque é uma coisa nova”, contou.
Depois de readaptar ao trabalho com a prótese, Carlos contou que se sentiu realizado. “É literalmente a minha vida. Eu não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Qualquer coisa que eu tivesse que fazer fora da aviação, principalmente de helicóptero, seria muito frustrante para mim”, afirmou.
A assistente administrativa Betânia Nunes contou que perdeu a perna direita depois de um acidente de moto, mas depois que conseguiu a prótese ela voltou a seguir normalmente a sua carreira. A mulher afirmou que já usa o equipamento há 12 anos. “Hoje eu trabalho, dirijo, faço todas as atividades de casa. O importante é viver e viver bem com você mesmo”, ressaltou.
O jovem Johnny Santana sofreu lesões logo depois de nascer, que comprometeram o movimento das pernas e a fala dele. Para que os músculos não se atrofiem ele precisa de órteses, que são equipamentos que ajudam no movimento de qualquer membro do corpo.
A mãe dele, a dona de casa Lindomar Santana, afirmou que o equipamento faz toda a diferença na vida do filho. “Ele melhora a postura dele, o abrir da perna. Se ele não usasse essas órteses, ele teria a perna toda atrofiada”, contou.
Crer
Todas essas próteses são produzidas de graça na oficina ortopédica do Crer, em Goiânia. O local faz cerca de 500 equipamentos, entre órteses e próteses por mês. O gerente do espaço, Alysson Alvim, explica que o serviço tem impacto positivo na vida das pessoas. “O resultado do nosso trabalho vem proporcionar qualidade de vida para uma pessoa, acessibilidade”, comentou.
O auxiliar de produção das próteses, Henrique Júnior Oliveira, disse que se sente realizado de poder contribuir com quem precisa desses equipamentos. “Aqui a gente está produzindo uma vida, porque tem varias pessoas que, sem o auxílio desses equipamentos, não iriam conseguir a inserção na sociedade que elas têm hoje”, afirmou.
Fonte: G1