Frank Williams. Estar sobre rodas sempre fez parte de sua vida
Abandonado pelo pai à nascença, mau aluno em tudo menos em línguas (fala inglês, italiano, francês, alemão, árabe e japonês – idioma que sempre utilizou para falar com o Sr. Honda), Frank Williams foi motorista de caminhão e ajudante de padeiro. Estreou-se como piloto em 1963, mas alguns maus resultados e os acidentes de vários amigos levaram-no a abandonar em 1967. Rapidamente, porém, montou a sua primeira equipe – a Frank Williams Racing Team, mais tarde transformada em Williams Grand Prix Engineering.
Em 1986, Frank Williams regressava a Inglaterra vindo do circuito de Paul Ricard, em Dijon. Pisava forte no acelerador, quando o piso escorregadio provocou uma forte derrapagem do seu veículo, empurrando-o contra os “rails” de protecção. No acidente, Frank Williams partiu o pescoço e foi obrigado a locomover-se permanentemente numa cadeira de rodas. A sua determinação, porém, mantém-se. Até porque Williams, no início da temporada de 1987, já estava novamente nas “boxes”.
Hábil negociante, Williams chegou a incluir 15 logotipos diferentes nos carros de corrida de Mansell e Piquet, um dos quais pertencente à infantil Chicco. Do carro de corrida totalmente branco de Alan Jones aos horríveis Williams azul-marinho de 73, a marca já tentou tudo, sobretudo nos dramáticos anos 70, quando esteve praticamente falida.
Riem-se os amigos de Frank Williams quando contam que os carros de corrida da marca já foram pintados em árabe, com o nome da Saudia Airline, que praticamente ninguém conseguia ler. Mas todos reconhecem que, empenhando o relógio, o carro ou a casa, Frank Williams já salvou a marca dezenas de vezes. Não foi à toa que o “manager” ganhou a vida nos anos 50 vendendo pneus usados como se fossem novos!
Fetiche brasileiro… e uma mulher
Os fascínio de Frank Williams por pilotos brasileiros já vem de longe. No início dos anos 70, quase assinou contrato com a jovem promessa Emerson Fittipaldi, mas o brasileiro optou por ficar ligado à Lotus.
Anos mais tarde, também José Carlos Pace não se deixou seduzir. No início dos anos 80, Williams percebeu as qualidades de Nélson Piquet, mas a Brabham foi mais rápida. Em 1986, porém, Williams, contratou o piloto, que seria campeão no ano seguinte.
Em 1994, Ayrton Senna deixou-se seduzir pelas ideias do “manager”, mas o acidente fatal do brasileiro impossibilitou-o de marcar qualquer ponto ao volante da marca.
Místico como poucos, Williams assegura que tão cedo não contratará outro brasileiro, mas quem o conhece sabe que, mal um piloto de Veracruz mostre algum talento, o “velho” Williams não deixará de o recrutar!
É assim este homem de ideias seguras, um homem que, em 1975, não hesitou também em conceder um volante à pioneira Lella Lombardi!
Os “casos”
Em 1992, depois de Mansell conquistar o seu primeiro título mundial, a marca contratou Alain Prost (que então se preparava para comprar a Ligier) e não conseguiu forçar o inglês a aceitar o estatuto de segundo piloto. Mansell saiu para a Fórmula Indy, e Williams contratou Damon Hill, satisfazendo em parte o orgulho britânico… No ano seguinte, Prost viu-se na mesma situação.
Campeão Mundial, o francês foi confrontado com a contratação de Ayrton Senna como primeiro piloto. Naturalmente, abandonou a Fórmula 1. Em 1996, mais uma vez, Williams destituiu um campeão mundial: Damon Hill ganhara o Mundial, mas foi acusado de pensar mais nele do que na marca. E quem conhece Frank Williams sabe que, para ele, apenas um título conta: o de Construtores.
Aliás, da Williams, já se sabe, qualquer milagre é possível, mas houve épocas francamente negativas. Em 1988, depois de vencer o mundial de Construtores e o de Pilotos (Piquet), a Williams perdeu a parceria da Honda sem qualquer aviso prévio. O resultado foi dramático: 20 pontos em toda a temporada, já que os motores Judd não estavam à altura das circunstâncias! Do ponto de vista pessoal, a morte de Senna, em 1994, foi igualmente penosa, tanto mais que o brasileiro não conquistou nenhum ponto ao serviço da marca.
Por outro lado, os anos 80 foram a década da consagração da marca. Em 1980, o surpreendente Alan Jones sagrou-se Campeão Mundial, e a Williams venceu o troféu de Construtores. O ano de 1987 permitiu também a “dobradinha” Piquet/Williams, tal como em 92 (Mansell), 93 (Prost), 96 (Hill) e 97 (Villeneuve). Longe iam os tempos em que Frank e Patrick Head desenhavam carros de corrida numa velha fábrica de tapetes…
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Fonte: Portal F1
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