A falta de acessibilidade é um problema nos edifícios tombados pelo patrimônio histórico e cultural em Juiz de Fora. A equipe do MGTV foi a alguns desses prédios e verificou quais são os obstáculos que impedem as pessoas de exercerem o direito de ir e vir.

O Cine Theatro Central é um dos prédios antigos mais bonitos da cidade. Vai completar 85 anos em março. Apesar de tanta beleza, a obra não foi feita pensando nas pessoas com deficiência. Para entrar no teatro, elas precisam usar de forma improvisada a saída de emergência. Se um cadeirante quiser entrar pela porta da frente, por exemplo, não vai conseguir por causa da escadaria. Se quiser comprar ingresso também não, já que a bilheteria fica no topo da escada. O diretor do local, Caetano Ubá, disse que uma rampa já está sendo planejada. ”Nós realmente devemos fazer esse acesso. É uma vontade da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do próprio teatro. Mas por ser tombado temos que tomar cuidado na execução dos projetos”, enfatizou.

Para visitar outros prédios, o cineasta Franco Groia, que é deficiente e batalha para mudar essa realidade na cidade, foi convidado pela equipe do MGTV. No Parque Halfeld, um bom exemplo: a rampa de acesso à Câmara dos Vereadores. No entanto, logo em frente, um problema. Na Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) existe uma rampa de acesso na entrada, mas logo depois há uma escada sem nenhuma outra opção para subir aos pisos superiores. “Para abrir um shopping center, por exemplo, ou qualquer outro estabelecimento, essas adaptações têm que ser feitas. A lei obriga. Agora, há agentes públicos como Prefeitura, estado e até na esfera federal, que não cumprem”, lamentou.

Segundo o superintende da Funalfa, Toninho Dutra, há uma solução complexa para a acessibilidade. “Nós não temos uma linha direta desde o primeiro piso, até o quarto piso do prédio da Funalfa, através de uma única caixa. Teríamos que criar duas caixas elevatórias, e ter uma passagem interna. Porém, isso não traz a certeza de que teríamos a locomoção totalmente resolvida no local”, explicou. Ainda de acordo com ele, as modificações nos prédios tombados precisam ser autorizadas pelos órgãos responsáveis, seja em nível nacional, estadual ou municipal. “As estruturas são de quase um século e precisam suportar a carga de um elevador. Tem que ser construídas caixas de sustentação e, às vezes, isso não é compatível com a estrutura do prédio”, disse Toninho Dutra.

Fonte: G1

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