Eventos e Cerimoniais Acessíveis. Soluções Arquitetônicas, Técnicas e Operacionais.
O Censo do IBGE realizado em 2010, revelou aproximadamente 45 milhões de pessoas no Brasil com algum tipo de deficiência, enquanto que pesquisa semelhante de abrangência mundial, mostra esse número chegando à casa de 1 bilhão de pessoas. A pesquisa também mostra que o Brasil possui 18 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, outro segmento que também necessita de acessibilidade. A estimativa é que dentro de 10 anos, a população com mais de 60 anos (mobilidade reduzida) atinja 30 milhões de pessoas.
A maneira mais eficaz de garantir o acesso para todos é a de considerar o acesso nas fases iniciais de planejamento de seu evento. Desenvolver um plano de acesso pode ajudar você a identificar as características que podem tornar difícil para as pessoas com deficiência para acessar o seu evento e garantir que o seu evento seja acessível ao maior número possível de pessoas. As considerações-chave de um plano de acesso para o seu evento são a escolha do local, comunicação e formação de pessoal.
Também é bom identificar bons parceiros e fornecedores, pois a não ser que a empresa organizadora esteja muito bem preparada, pois em diversos casos será preciso alugar cadeira de rodas para disponibilizar aos visitantes, banheiros químicos acessíveis, solicitar serviços de intérpretes de língua de sinais, gráficas para material em braile, estenotipistas, audiodescritores entre outros produtos e serviços.
Conseguindo compreender as necessidades existentes, além das preferências e prioridades eleitas pelas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, será muito mais fácil organizar eventos para esse tipo de público, além das pessoas que eventualmente estejam participando como coadjuvantes, tais como palestrantes, expositores, autoridades entre outros. Além disso, uma tendência dos organizadores contratarem pessoas com deficiência para trabalharem na organização, fazendo parte do staff.
Eventos internacionais que já aconteceram como a Rio+20 (2012), e outros que irão acontecer como a Copa FIFA de Futebol (2014) e as Olimpíadas e Paraolimpíadas (2016) demandarão, por critérios rígidos de seus organizadores, itens de acessibilidade para todas as pessoas. Esse tipo de exigência, também já está sendo praticada em eventos nacionais, pelo amadurecimento da sociedade, além do aumento da participação da pessoa com deficiência nas diversas atividades sociais. Também deve ser considerados eventos de menor porte, como casamentos, reuniões, jantares, visitas, entrevistas onde a acessibilidade também deve ser considerada.
Dependendo do tipo de evento, alguns itens indiretos também podem exigir recursos de acessibilidade. Para o atendimento e acomodação adequada de um palestrante com deficiência física, pode ser necessário um hotel com um quarto acessível, além de um transporte em carros adaptados.
Saber lidar com essas diversas questões serão um grande facilitador para organizar um show dos Paralamas do Sucesso, onde Herbert Vianna é um cadeirante, ou então para cegos como Andrea Bocelli ou Stevie Wonder. Palestrantes e intelectuais como Stephen Hawking que possui uma deficiência severa, ou personagens importantes como Frank Williams, proprietário de uma das mais importantes escuderias da fórmula 1.
Eventos como a Reatech, umas das maiores feiras de produtos de reabilitação do mundo, acontece anualmente em São Paulo, e reúne um número expressivo de pessoas com diferentes tipos de deficiência, vindas de diferentes locais do Brasil e exterior. Eventos paradesportivos também costumam reunir um grande número de pessoas com deficiência. As Paralimpíadas de Londres tiveram 4.200 atletas envolvidos e 166 países representados em 20 esportes, além dos 2,5 milhões de entradas vendidas aos visitantes. Então é preciso saber proporcionar qualidade na acessibilidade, mas também saber lidar com a quantidade, sem que o primeiro item não seja prejudicado.
Não existe uma legislação ou normatização específica para acessibilidade em eventos e cerimoniais, mas há toda uma série de leis, decretos e normas, além de tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil faz parte, e que fazem exigências às questões de acessibilidade e inclusão de uma forma mais ampla.
Costuma-se dizer, que somente quem vivencia as necessidades, consegue realmente compreender melhor sua importância, e propor melhores soluções. Então experimente participar de um evento, utilizando uma cadeira de rodas, sair a procura de um banheiro acessível e tentar localizar os poucos acessos que permitem sua locomoção, ou até mesmo se ver impedido de seguir em frente porque simplesmente o acesso não existe. Feche os olhos por algumas horas e tente realizar suas atividades do cotidiano para ter a percepção das dificuldades de uma pessoa com deficiência visual, e perceber o quanto relacionamos a maioria das coisas que fazemos à visão, e quando ela passa a não existir, ficamos totalmente desorientados.
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