Estádios da Copa devem ser acessíveis para 2014

por | 3 jul, 2010 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

A Copa do Mundo atrai um grande número de pessoas, mas um dos problemas que o Brasil deve equacionar até 2014 é a construção de arenas capazes de comportar todos os torcedores. Entre eles, estão os deficientes físicos, visuais, auditivos e intelectuais.

Pensando em adequar construções grandes como estádios de futebol, a Fifa criou normas que garantem a acessibilidade para que qualquer deficiente consiga assistir aos jogos do Mundial. “A federação segue normas do livro Green Guide, que indica não só formas de acessibilidade para estádios, como também a segurança das pessoas em caso de emergência”, explica a engenheira da Ieme Brasil, Liana Becocci. Ela já fez trabalhos de adaptação de edifícios e vias públicas para a cidade de São Paulo em um projeto com a prefeitura.

A engenheira debate o assunto que tem repercussão e sensibiliza a sociedade brasileira.

Qual é o primeiro passo para se adaptar um local, seja ele uma via pública ou uma construção?

Equipes de engenheiros e arquitetos vão ao campo levantar obstáculos de regiões críticas. Todo o levantamento é jogado em um banco de dados, onde os profissionais começam a fazer as adaptações necessárias. Primeiro o projeto no papel, depois partem para a prática.

Então a adaptação é feita por região?

Na verdade nós sempre pensamos em criar rotas acessíveis. Por exemplo, não adianta adaptar só os banheiros, ou só os bebedouros, é preciso pensar no geral. O deficiente deve chegar ao banheiro (exemplo) sem dificuldades. Por isso chamamos de rotas acessíveis.

No caso dos estádios de futebol, como facilitar a ida e permanência do deficiente que quer ver os jogos?

Usamos as mesmas regras para os estádios. Tem que criar uma rota para ele chegar até a arquibancada, e uma linha específica de transporte. Esse meio de transporte tem que deixar a pessoa próxima ao local onde vai assistir ao jogo. Aí também entra a questão da segurança. O local onde o deficiente assistirá ao jogo deve ser reservado, para que a pessoa não corra o risco de sofrer algum dano físico. Esse local deve prever, por exemplo, se a pessoa com cadeira de rodas virá acompanhada, ou o deficiente visual, que trará seu cão guia.

Isso tudo já está previsto pela Fifa?

Já. A federação colocou todas essas regras no caderno de encargos e, além disso, segue normas do livro Green Guide, que garante a total acessibilidade do local e a segurança. No caderno de encargos, eles falam em entrada privativa acessível, onde as pessoas sejam acomodadas em áreas seguras. Em caso de emergência, o deficiente deve ter uma saída exclusiva do campo. Além disso, há também a visualização do jogo, as pessoas na arquibancada não podem atrapalhar o deficiente.

Alguns estádios do Brasil serão reformados, outros serão construídos. É mais difícil adaptar um estádio já construído do que um que começará do zero?

Com certeza. Fica muito mais complicado adaptar uma construção que não foi feita de acordo com as regras de acessibilidade do que uma que começará do zero. Essa última terá a chance de fazer um projeto arquitetônico já adaptado. Em estádios de futebol é pior ainda, porque as contruções, geralmente, são muito antigas.

Construir um estádio adaptado é mais caro?

Não, a adaptação de um local é só uma questão de vontade. O custo é o mesmo. Para os estádios que serão reformados, pode ter uma alteração mínima no custo, mas nada que impossibilite o resultado final. Nenhum dinheiro é capaz de pagar a inclusão de um deficiente em um meio social.

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