É comum que, por falta de acessibilidade, você deixe de ir a lugares que gostaria de frequentar?
É comum que, por falta de acessibilidade, você deixe de ir a lugares que gostaria de frequentar? A quantidade de programas culturais acessíveis está aumentando? Já utilizou audiodescrição? Como é a realidade em sua cidade?
Estas foram perguntas feitas num questionamento levantado pelo site Vida Mais Livre. É uma reação comum que afeta pessoas com deficiência, e que apesar de sentir a vontade de sair e passear, muitas vezes são vencidos pelo desânimo de ter que enfrentar as diversas barreiras causadas pela falta de acessibilidade e também pela falta de noção sobre inclusão que a sociedade possui.
Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, disse que logo após ter adquirido a lesão, que o deixou paraplégico, costumava primeiramente pesquisar os locais que possuíam acessibilidade, para depois escolher aonde queria ir. Na verdade isso criava uma limitação, pois havia vários locais que desejava ir, mas que inibiam sua vontade pela falta de acessibilidade. Percebendo que estava sendo prejudicado, decidiu eliminar essa seleção pela acessibilidade, e ir aos locais que desejava independente de possuir um bom acesso. Caso um restaurante por exemplo, tivesse somente uma escada como forma de acesso, pedia aos funcionários que me carregassem para dentro do estabelecimento, e depois conversava diretamente com o responsável. Mudou seu modo de pensar, e não julgava isso uma reclamação, mas sim uma forma de educar, e mostrar aos locais o que eles obrigatoriamente deveriam fazer, pois é um direito previsto em lei. E essa é a melhor forma de chamar a atenção e provocar mudanças, através de uma manifestação direta do usuário interessado.
Abaixo, alguns comentários deixados por pessoas em resposta ao questionamento feito inicialmente. São necessidades diferentes em relação à acessibilidade. Isso varia devido ao tipo de deficiência e também em relação ao nível de severidade da deficiência. Por isso quando se faz uma avaliação sobre acessibilidade, é sempre aconselhável ter como referência o nível mais severo da deficiência, assim todos os níveis estarão contemplados.
“Olá! Sou cadeirante, de Teresina. Aqui há muitos lugares para os quais deixo de ir por falta de acesso. Muitas vezes o lugar não tem banheiro acessível, e também há lugares que faltam rampas, o espaço é ruim… Enfim, mesmo assim, essa realidade tem mudado bastante, já que as adaptações estão cada vez mais frequentes! Espero que isso continue e mais tarde seja possível frequentar lugares que atualmente não são possíveis acessar.”
Dhara Vasques
“Como cadeirante digo q uso meu direito de ir e vir q vou aonde quero ir sem perguntar antes se tem acesso. Acredito q agindo assim faço as pessoas, estabelecimentos, etc… repensarem nesta questão.”
Roseli
“Sou surda, usuária de aparelhos auditivos minhas limitações:
Conferências, reuniões tipo Café Filosófico, teatro, porque as reverberações do ambiente não me deixam distinguir a fala das pessoas. A solução: Sistema de amplificador por indução magnética (aro magnético na Argentina, Hearing loop em inglês) A mesma dificuldade para concertos de música instrumental, a música cantada já desisti há anos, o som dos teatros é uma m….. Cinema brasileiro sem legendas, pelo mesmo motivo o som das salas de exibição reverbera, dá eco e que usa aparelho auditivo ou implante não consegue ouvir.”
Sônia Maria Ramires de Almeida
“Sou cadeirante, sempre pesquiso se tem acesso fácil onde vou, mas se chego de surpresa em um local, ou se sou convidado, e vejo que não tem acessibilidade, faço questão de não entrar, por mais que me ofereçam ajuda!”
Vander Andrade Soares
Se você é uma pessoa com deficiência, participe e deixe seu comentário. Se você não possui deficiência, mas conhece alguém e já acompanhou uma situação semelhante, também colabore contando o caso. Replicando este post a outras pessoas, podemos acumular mais comentários para enriquecer o texto, e também espalhar uma situação que está presente em nossa sociedade, mas que precisamos aprender a contorná-la. Colabore.
Fonte: Vida Mais Livre
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Olá Ricardo! Temos uma amiga usuária de cadeira de rodas e constatei o grau de dificuldade para ela entrar e sair do nosso automóvel. Outra situação que encontramos, foi com a rampa de um shopping, que tinha uma inclinação incorreta, aliás, encontro rampas que é difícil até subir à pé. Como ela não estava na cadeira motorizada, tivemos que ajudá-la com a locomoção. Onde fica a autonomia da nossa amiga? Desconheço equipamento que seja fixado no banco do automóvel, para o fácil deslocamento, da cadeira para o banco e do banco para a cadeira. Caso conheça algum equipamento que tenha essa finalidade, nos informe! Abraço, Rosa Santos.
Existem adaptações das mais variadas forma, uma das dificuldades é que não são comercializadas aqui no Brasil, então a importação acaba ficando muito cara. Há carros onde você pode entrar com sua própria cadeira, poltronas de carros que são transferidos para a cadeira como se fosse um assento único, lifts de transferência para automóveis entre outros recursos. Ainda não conheço nenhum colega no Brasil que utilize esses recursos, pois como o povo brasileiro é bastante hospitaleiro, somado ao alto custo dos equipamentos, as pessoas acabam recorrendo ao hábito da ajuda.
Olá meu Amigo Ricardo, boa tarde!
Eu tbm sempre frequentei lugares ou viajei independente de acessibilidade, e fazia como vc, pedia e peço ajuda no que for necessário,mesmo porque aqui no Brasil as mudanças são meio recentes, e mesmo assim, vc que segue tudo bem de perto sabe como funcionam as coisas!
Mas vale ressaltar que podemos sempre melhorar a situação, sabendo reverter as dificuldades em benefício próprio, fazendo com que as pessoas saibam como nos ajudar! E nunca deixarmos de lutar por nossas conquistas!!! Eu mesmo adoro sair, frequentar e viajar, ainda tenho um Sonho de conhecer á Europa, vamos conversar sobre Ricardo rsrsrsrs?! Bjs à tds e um ótimo final de semana!
Penso que a melhor coisa é ir em busca de sua felicidade, e não somente realizar o que suas limitações permitem. As vezes, elas não permitem ir além, porque você mesmo não procurou meios de ir além. Eu também tinha um desejo de conhecer a Europa, e fui atrás. Tenha isso como um objetivo a ser cumprido, um compromisso, e não somente um sonho. Esta é a melhor forma que eu encontrei para ter uma vida cheia de felicidades
Vc leu minha Alma Amigo Ricardo! Assim Será e vc saberá!!!
Abçs,
Poder ser uma ferramenta para ajudar a realizar seus desejos, e lhe trazer felicidade, será algo que muito me fará feliz também.
concordei com o modo como Shimosakai procede. Faço algo semelhante. A Ligia – filha de 23 anos agora – é cadeirante e sofre de Paralisia Cerebral. Sempre a levo nos lugares em que vou. Reclamo de: mesas baixas em que a cadeira não entra em baixo, falta de rampas de acesso, falta de vagas para o carro, banheiros, tampas de vasos masculinos em banheiros femininos. Pude perceber que as pessoas responsáveis simplesmente desconhecem os detalhes necessários. Me considero exercendo uma ação pedagógica. Tem resultados, via de regra. Leila
Costumo dizer que minha felicidade é a felicidade dos outros também. Exigir melhorias em acessibilidade, irá beneficiar não só a mim, mas inúmeras pessoas. Me sinto tranquilo sabendo que o erro não está em mim, mas sim no estabelecimento ou serviço que não está adequado, e sinto que sou um prestador de serviços à comunidade. A questão de vencer barreiras também me ajudou muito em minha vida pessoal e profissional. Gosto de incentivar colegas que ainda pensam como eu no início, ou sequer tem motivação para sair. Mostrar que a vida pode ser muito bela, independente de sua condição, é algo que sempre procuro transmitir. Felicidades, e que ainda possamos nos encontrar pessoalmente!
Olá,
Meu nome é Bruno Melo, Sou estudante de Turismo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Fui recentemente ao Corcovado e pude observar com certo espanto confesso, a tamanha ineficiencia de acessibilidade “existente” em um dos maiores (Se não maior), cartão postal do Brasil. Fiquei chocando ao me deparar com a inexistência de acessibilidade nos restaurantes lá existentes, no desconforto que um cadeirante ao chegar no Cristo passa, pois é preciso mudar de cadeira para poder subir a escada rolante. O banheiro com uma tímida adaptação. O trem do Corcovado sem nenhuma adaptação, sem nenhum acessibilidade. Enfim, fiquei decepcionado.
Até mesmo a prefeitura do Rio de Janeiro costuma dizer que ele é acessível, isto prova que eles não entendem de acessibilidade. Escada rolante não é equipamento de acessibilidade, pois se a pessoa vai utilizá-la sozinha, está exposta ao perigo, e se tem que utilizar uma cadeira auxiliar, não há autonomia. Assim como já tivemos uma amostra no Parapanamericano do Rio, em 2016 nas Paraolimpíadas inúmeras pessoas com deficiência vão querer visitar esses locais. Tenho planos de adequar os locais e capacitar os profissionais com alguma relação com o turismo, para estarem prontos para atender esse tipo de público com qualidade
Olá,
Ricardo Shimosaki. Obrigado pela resposta. Eu participo de um grupo de pesquisa na UFRRJ ( Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), sobre acessibilidade no Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa tem por objetivo, “mapear” Pontos turistico no Estado do Rio e “marcar” esses pontos com niveis de acessibilidade. Preciso pesquisar os principais restaurantes, bares do Rio. Estou otimista e preciso ver mudanças. Você tocou em um ponto super importante, capacitação! Fico estarrecido com a falta de capacitação que os motoristas de ônibus tem para manipular os elevadores.. Achei o seu plano interessante. Pode me falar mais sobre ele? Obrigado.
Olá Bruno, em relação aos produtos e serviços turísticos, a Turismo Adaptado está elaborando uma certificação de acessibilidade. Quem sabe isso possa ser aplicado no Rio de Janeiro também, pois daria mais confiabilidade ao usuário. Capacitamos o profissional para atender pessoas com deficiência, porém isso varia de acordo com o tipo de serviço (hotel, restaurante, agências, guias de turismo. etc). Há informações de caráter geral, mas outras são específicas para a atividade. Se quiser, podemos desenvolver isso juntamente com a UFRRJ.
Interessantíssimo! Estarei hoje mesmo encaminhando essas informações para o meu professor Ricardo Costa. Há algum email para entrarmos em contato com você Ricardo Shimosakai?
Eu e Ricardo Costa nos conhecemos, e apesar de já termos trocado emails, aqui vai novamente
[email protected]
Estávamos vendo também a realização de um evento de turismo acessível ai no Rio de Janeiro.
Nossa, que máximo que vocês se conhecem!! Então ok, e-mail anotado. Seguiremos dialogando. Obrigado mais uma vez pelas suas informações e atenção.