Disfisen. A arte marcial de auto defesa desenvolvida para pessoas com deficiência.
Quando falaram a Patrick em praticar artes marciais mesmo sendo cego, ele pensou que era uma piada. “Eu nunca pensei que eu ia ficar cego, sem falar que havia uma técnica que poderia praticar”, diz ele. Acostumado a desfrutar de todos os sentidos, não foi fácil se adaptar a uma deficiência. “Eu me tranquei em casa. Eu não podia sair para tomar um café”, explica ele. Até um mês atrás, quando ele ouviu pela primeira vez o método Disfisen, o primeiro sistema de defesa pessoal destinado a pessoas com deficiência física ou sensorial.
Foi sua mãe que o encorajou a testar o sistema com a intenção de que Patrick, que ficou cego por quase dois anos, deixasse sua reclusão. Intimidados por seu novo status, se refugiou na casa de seus pais, o único lugar onde se sentia seguro. “Passava o dia em casa. Eu não tinha vontade de fazer nada”, confessa. Felizmente, Patrick sempre gostou de artes marciais e decidiu seguir o conselho de sua mãe.
Disfisen é um sistema de defesa pessoal totalmente adaptado a pessoas com deficiências físicas e sensoriais. Ele foi criado e patenteado pelo Pedro Vera, instrutor de artes marciais e sexto Dan na disciplina Yawara-Jitsu. O desenvolvimento do sistema foi proposto há três anos, ao ver a carência que havia neste campo, e tomou um novo impulso depois que o mesmo sofreu logo depois uma paralisia em metade do corpo por uma trombose. “A disciplina tradicional de auto-defesa não serve as pessoas com deficiência”, explica ele, “mas que se adapta às características de cada um e permite-lhes melhorar o que tem”, diz Pedro.
O método desenvolvido por Vera parte do estudo de várias artes marciais, especialmente o Yawara-Jitsu, o qual é um instrutor internacional. O sistema é flexível, pois ele é projetado para atender às necessidades específicas de pessoas com diferentes deficiências. “Ele se adapta a cada um. Se a pessoa é cega, estimula tato e audição, se deficiente físico, o tronco e braços”, explica ele ao fazer demonstrações sobre um tatami.
“Queremos que seja eficaz. A uma pessoa com deficiência não serve somente aplicar um golpe forte, porque ele não pode escapar. O que se busca é a imobilização, e não é preciso muita força nem todos os sentidos”, diz Pedro. Patricio confirma essa avaliação. “Não vejo dificuldades poder reagir em caso de ter um contratempo. Sou cego, mas eu sou capaz de me defender”, diz ele, confiante.
Talvez essa seja uma das principais vantagens de praticar esta disciplina: a segurança que ela proporciona. Além de ser uma ferramenta útil para restaurar e melhorar as habilidades físicas e cognitivas (equilíbrio, reflexos, agilidade, velocidade de reação, etc), a técnica tem como efeito colateral melhorar a psicologia das pessoas que a praticam. “Eu me sinto muito mais seguro. Eu melhorei na orientação, antes ne perdia. Também na audição e olfato. Inclusive ando melhor “, diz Patricio.
Para Pedro Vera o desenvolvimento desta parte é inevitável e tão importante quanto melhorar o nível físico. “Os benefícios são muitos”, diz ele. Ele mesmo é um exemplo disso, já que experimentou em seu próprio corpo os efeitos. “Eu tenho uma deficiência, mas a prática tem me ajudado muito, tanto física como emocionalmente”, assegura. Agora seu objetivo é que os outros possam experimentar os seus benefícios.
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Fonte: laverdad.es
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