Destinos Argentinos reconhecidamente acessíveis para pessoas com deficiência
Esta matéria foi originalmente escrita em espanhol. A tradução para a língua portuguesa foi feita por Ricardo Shimosakai.
Sentir orgulho nas paisagens argentinas não é difícil, mas raramente, nos colocamos a pensar se realmente nossas maravilhas naturais podem ser usados por todos. É possível que uma pessoa em uma cadeira de rodas possa visitá-las? E uma pessoa com uma deficiência sensorial?
A resposta, em muitos casos não é. Embora a idéia do turismo acessível começou a ser escutada na Argentina no ano de 1987, pode-se dizer que ainda há muito a ser feito e que a demanda desse grande segmento do turismo, que no total representa 40% da população – incluindo não apenas as pessoas com deficiência, mas também os idosos, mulheres grávidas e pais com carrinhos de bebês – ainda não está satisfeita: “Ainda não há consciência coletiva das necessidades do segmento e há uma rejeição consciente e inconsciente do prestador de serviços”. explica Luis Grünewald, professor e pesquisador da Universidade de Quilmes e presidente da Fundação Turismo para Todos.
É essencial para fazer turismo para todos, que tenham atividades recreativas, culturais e desportivas. Devemos projetar a integração, concebendo espaços sem barreiras arquitetônicas e comunicacionais e eliminando gradualmente as já existentes”, explicou o Ministério do Turismo da Nação. No país, há três destinos que se destacam por ter uma política sobre o assunto. São os municípios de Puerto Madryn, San Martín de los Andes e a cidade de Buenos Aires.
Em San Martin de los Andes, o Parque Nacional Lanin é um dos destinos da Argentina que permite um turismo sem barreiras. Lá, tanto as trilhas como os banheiros estão adaptados para pessoas com mobilidade reduzida e é oferecido um serviço personalizado. No entanto, o passeio que mais chama a atenção é o de esqui adaptado em Chapelco, que permite às pessoas com alguma deficiência física desfrutar de um dia na neve e sentir a adremalina de descer montanha abaixo. Para isso, a escola de esqui conta com instrutores especialmente habilitados e oito cadeiras biesquí ou monoesquí aplicáveis para contornar os vários tipos de exigências.
Buenos Aires é uma das cidades mais desenvolvidas em termos de acessibilidade turística e existem vários passeios que permitem perfeita integração dos deficientes. Vários teatros – entre eles, o San Martín, Alvear, Luna Park e Maipo – possuem acesso e banheiros adaptados e têm sistema de aro magnético para necessidades auditivas, enquanto muitos museus, tais como o de esculturas Luis Perlotti e o Malba, organizar visitas para surdos e cegos.
O Planetário Galileo Galilei e o Jardim Botânico, enquanto isso, estão equipados com rampas, pisos antiderrapantes e espaços exclusivos para cadeiras de rodas, além de gerar atividades para pessoas com baixa visão ou cegas.
A poucos quilômetros da cidade, na festa de Escobar, cabe mencionar também o Bioparque Temaikén, que recebeu a distinção de “Serviço Acessível” pelo Ministério do Turismo da Nação. “Temaikén foi concebido como um lugar inclusivo e acessível desde a sua criação em 1999. Seu desenho e construção levou em conta a remoção de barreiras arquitetônicas e a criação de espaços acessíveis e confortáveis para que todas as pessoas possam entrar em contato com a natureza – explica seu porta-voz, Maria Beatriz Barreiro. Em 2004, ele também criou a Área de Educação Especial, com o objetivo de desenvolver atividades inclusivas para pessoas com deficiência, para promover a conscientização e proteção da natureza, fornecendo propostas adaptadas e ferramentas especialmente desenhadas. Desta forma, são realizadas Programas Educativos Especiais, o Programa de Estágio para Pessoas com Deficiência e o Programa de Emprego Apoiado, além da capacitação ao pessoal do Bioparque, para oferecer a melhor atenção aos visitantes. “
Cataratas para todos
Outra atrativo natural concebido como espaço de lazer para destacar nesta abordagem é o Parque Nacional Iguazú, em Misiones, que tem uma política abrangente sobre o assunto. Lá, a grande maioria das passarelas estão preparadas para receber pessoas com mobilidade reduzida, os banheiros dispõem de instalações adequadas e o Tren de la Selva, que atravessa todo o parque, tem lugares reservados para cadeiras de rodas. Além disso, aquelas pessoas com algum problema de locomoção, sensorial ou mental, não pagam para entrar; se alugam carrinhos de bebês, contam com cabines telefônicas para pessoas com dificuldades auditivas e há a disposição pequenos transportes motorizados que circulam em diferentes áreas do parque.
“Infelizmente, toda essa política não está desenvolvida em hospedagens, gastronomia e transportes no destino, assegura Grunewald. O principal problema é a falta de consciência e solidariedade, valor não muito exposto no setor turístico, onde teria que se pensar um pouco menos no lucro, para ajudar ao próximo.”
Fonte: Perfil
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