Descaso dos Jogos Parapan-Americanos 2007 no Rio de Janeiro deve se repetir em 2016
Reportagem do jornal Extra denunciou que os Jogos Pan-Americanos no Rio não trouxeram contribuições importantes para redução dos obstáculos enfrentados pela pessoa com deficiência na cidade. Com o título “Rio, uma cidade nada acessível”, a matéria revela que, ainda hoje, 1.952 prédios públicos (federais, municipais e estaduais) não atendem aos requisitos de acessibilidade.
“As instalações construídas para o Pan não respeitaram regras básicas de acessibilidade. Na Vila Pan-Americana, depois de pronta, verificou-se que os banheiros não eram acessíveis. Eles foram então adaptados com a utilização do espaço da cozinha. No Maria Lenk, o atleta cadeirante precisaria se arrastar ao sair da cadeira para entrar na piscina, foi então necessário improvisar uma rampa de madeira” explicou para o jornal Teresa Amaral, superintendente do IBDD.
O descaso com as pessoas com deficiência, expresso na desigualdade dos gastos entre o Pan e o Parapan, deve se repetir em 2016. A organização do Parapan foi duramente criticada no relatório do Tribunal de Contas da União pelas falhas de organização e logística. Segundo a reportagem, apenas a verba de R$457 milhões será diretamente voltada para os investimentos em acessibilidade e infra-estrutura, além de despesas gerais, como serviços de alimentação a paratletas.
O tratamento diferenciado entre os atletas do Pan e Parapan foi também relatado na reportagem. O jornal relembrou o incidente com o atleta paralímpico argentino Carlos Maslup, que faleceu três dias após ter sofrido um acidente vascular cerebral na Vila do Pan. Maslup recebeu o primeiro atendimento do Corpo de Bombeiros e esperou cerca de 10 horas até ser internado em hospital do SUS. Os atletas olímpicos usufruíram da assistência em saúde da rede Golden Cross, que retirou o Parapan do seu contrato para os Jogos.
Vale destacar, conforme noticiado, decisão do Governo que evidencia prognóstico lamentável para os próximos eventos: na Lei Geral da Copa, a presidente Dilma Rousseff reduziu de 2% para 1% a obrigatoriedade, determinada pela Lei de Acessibilidade, de assentos que estejam adaptados para pessoas com deficiência em construções esportivas.
Fonte: segs
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Infelizmente, nada nesse brasil ( em minusculas mesmo ) se faz para melhorar a vida das pessoas que necessitam de acessibilidade. Cria-se conselhos disso e daquilo, que são atrelados, direcionados seus dirigentes pelo poder público. Então nada se faz, pois tudo é feito a meia boca, gera e onera os “custos” para os cofres públicos. Pensei de como um evento do porte de uma COPA as coisas mudariam. Infelizmente aqui não se muda nada ! Mas o que esperar de um des-governo que ao invés de explorar o turismo se explora o turista !!! Lamentável
Não digo que nada se muda. Mas com certeza se muda pouco, e muitas vezes mudanças geradas por caridade ou obrigação. O turismo acessível deve ser visto como um negócio, que é comprovadamente rentável se feito da maneira correta. Feito da forma como tem sido no Brasil, sem qualidade e profissionais envolvidos, realmente não há retorno, e dai parece dinehrio jogado fora. Uma comparação com o esporte, se quer ganhar o campeonato, conquistar medalhas e títulos, é preciso bons atletas e treinadores. Time fraco não ganha nada.
De fato: ” time fraco não ganha nada “, mas creio que esse time é justamente do poder público ! Pois, aproveito a oportunidade no seu espaço e conclamo a revolta das bengalas, cadeiras de rodas, aposentados e excluidos em geral … Creio que só assim se muda o jogo. Desculpas pelo pessimismo e pelo desabafo, mas sinceramente a coisa não vai nada bem ! Marcelo.
Gostaria que fosse pessimismo, mas creio que seja mais um realismo. Com certeza a Copa e as Olimpíadas não estarão adequadas. Não é por falta de tempo, dinheiro, profissionais, mas sim de uma administração muito ruim.