O toque das mãos passa pela parede da casa enxaimel. Os dedos delineiam a silhueta de utensílios domésticos do século passado, circulando a roda da carroça ou forçando a manivela de uma antiga máquina
A atividade fechou a programação do 1º Encontro Cegueta, evento sediado na Ajidevi (Associação Joinvilense para a Integração do Deficiente Visual), que reuniu cerca de cem deficientes visuais de vários Estados em Joinville durante o fim de semana.
Depois de passeio de bicicleta e atrações culturais no sábado, ontem foi dia de ir ao museu. Integrantes do Corpo de Bombeiros Voluntários e do Grupo Escoteiro Piraí serviram de guia para os visitantes. Os deficientes visuais puderam tocar nas peças – o que não é permitido nas visitas comuns – e ainda contaram com o áudio-guia, aparelho que traz gravadas as informações sobre o acervo.
“Estou saindo apaixonada, com experiências boas e novas que complementaram bem o passeio da gente. Gostei imensamente do trabalho e do acolhimento”, comentou Ercília Maria da Silva, 56 anos, do Rio de Janeiro. De Campo Limpo Paulista, o psicólogo Gilson Modesto, 44, era um dos mais entusiasmados. “O apoio e o suporte de todos foi muito bom. Este foi o primeiro passeio, mas quero fazer mais mil”, disse. Também pela primeira vez na cidade, Bruna Schatschineider, de Porto Alegre, observou que vai voltar para casa com boas histórias. “Foi uma visita maravilhosa. Sou de origem alemã e conseguiu ter uma noção de como viviam nossos antepassados”, revelou.
Fonte: RIC