Copa for All termina com o consenso de que se tem muito a fazer ainda
Com o incentivo do slogan “Juntos num só ritmo”, o primeiro Encontro Copa For All foi encerrado hoje, 13, no Teatro Vivo em São Paulo. Durante três dias, autoridades e membros da sociedade civil estiveram reunidos para levantar o que ainda se tem a fazer para uma boa receptividade na Copa 2014. O resultado?
“Há muito o que se fazer. Este evento é o início. Precisamos fomentar tecnologia no Brasil, criar um grupo que trabalhe com inovações para pessoas com deficiência. Usar a criatividade brasileira para criar facilidades tecnológicas. Tem muita área para ser explorada, aliás, é um mundo que se tem pela frente”, afirmou o diretor da Instituto de Tecnologia de Software – ITS, Jaime Stabel. O ITS, com a Mandarim Comunicação, Vivo e Associação Brasileira de Produtos e Serviços para Deficientes – Abridef estiveram à frente do Encontro.
Para o consultor de acessibilidade e especialista em Turismo Adaptado, Ricardo Shimosakai, chegar bem, no ponto ideal em 2014 é difícil. “Mas, é uma hora de se aproveitar isso. Até porque são obrigações que a Fifa coloca. Temos que ver a Copa, Olimpíadas e Paraolimpíadas como um evento só chamado Brasil”, diz Ricardo. Já em relação a outros países, ele afirma que nos falta atitudes. “Tem bilheteria para pessoas com deficiência, mas não tem ninguém atendendo lá. É um conjunto de coisas. Muito sem fala em relação a estrutura física e pouco se fala em atitudes”.
O especialista informa que há muitas coisas pra se criar ainda, que facilite a vida das pessoas com deficiência. “por exemplo, como se acorda um surdo nos hotéis?”, indagou.
Neste sentido a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABH está criando um selo junto com a ABNT para classificar e aprimorar os quesitos acessibilidade e desenho universal na rede hoteleira. “Estamos criando um selo e temos que pensar em atender melhor as pessoas com deficiência”, comentou o presidente da ABH do estado de São Paulo, Bruno Hideo Omori.
Segundo ele, o Estado tem 180 mil unidades habitacionais e fomenta R$ 51,1 milhões de diárias. “Este é o momento. Quem aqui estava economicamente ativo na Copa de 1959 e quem estará na próxima daqui 64 anos?”, questionou.
Porém, para Bruno a maior dificuldade hoje é uma integração real entre governo, empresários e sociedade civil. Sem esta união fica inviável. Uma das iniciativas para incentivar esta união é a Câmara temática para desenvolver o turismo em São Paulo, que conta com a integração das ações do governo e trade turístico e Fifa. “Além dessas ações, o que pretendemos é qualificar de mão de obra, certificar da mão de obra, melhorar e ampliar as instalações turísticas, centro de treinamento e seleções, também para empregar as pessoas com deficiência”.
E, por fim, para os criadores e TIs de plantão, a operadora Vivo está receptiva para novos aplicativos, que colaborem com o bem viver das pessoas com deficiência. Na ocasião foram apresentados alguns aplicativos já existentes como: Greengars, Saytext, Talking tag, Look tel’s readers, entre outros, mas segundo o representante da Vivo, José Lecy Costa, “Tem muita coisa a se criar ainda no Designer universal, que é a forma de pensar produtos e serviços que leva em consideração a diversidade humana”, informou, dizendo ainda que a nossa aptidão para aproveitar a vida, porém, só dependerá da acessibilidade.
Entre os palestrantes do evento, também estiveram o Arquiteto do Estádio Beira-Rio (Porto Alegre), Fernando Balvedi, a Presidenta do Vivendo sem Barreiras (VSB), Iremar Cappellinne Masano, o Diretor da Turismo Adaptado, Ricardo Shimosakai, o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis(ABIH), Bruno Hideo, a Secretária Executiva da Comissão Permanente de Acessibilidade da Prefeitura de São Paulo, Silvana Cambiaghi e o Arquiteto do Estádio Nacional Mané Garricha, Eduardo Castro Melo.
Luciane Tonon
Fonte: Guia do Deficiente
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