Acessibilidade não é privilégio. É necessidade. Precisa existir para garantir que todas as pessoas tenham acesso a tudo. Não basta uma calçada ser acessível se os edifícios não têm esse recurso. Rampas, elevadores, plataformas, textos e placas em braile, traduções para Libras e outras línguas de sinais, softwares, audiodescrição, voice over, a quantidade de possibilidades, felizmente, cresce sem parar, ampliando também a compreensão sobre o universo da pessoa com deficiência que, no Brasil, é formado por mais de 45 milhões de cidadãos.

Duas conquistas fundamentais para pessoas com deficiência são independência e autonomia. A possibilidade real de viver por conta própria, trabalhar, estudar, namorar e, um desejo geral, viajar. Mas para onde ir? Quais cidades brasileiras têm acessibilidade que permitem o turismo inclusivo?

A plataforma de venda de passagens de ônibus online Guichê Virtual elaborou uma lista de cinco destinos turísticos do Brasil que investiram forte na acessibilidade para receber mais visitantes e merecem esse destaque. É fato que ainda há muito para ser feito, mas toda ação que promove a inclusão precisa ser comemorada.

Vale lembrar que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) exige que empresas de ônibus ofereçam frotas adaptadas para pessoas com deficiência, com capacidade para transportar cadeira de rodas, muletas e cão-guia, sem pagar nada mais por isso. Difícil é fazer as companhias cumprirem essas regras.

Em julho deste ano, após uma enorme pressão das montadoras, o governo federal adiou pela terceira vez a entrada em vigor da portaria do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) que obriga as empresas a instalar a plataforma elevatória em todos os ônibus, ainda na fábrica.

A medida valeria a partir do último dia 1º de julho, mas uma publicação no Diário Oficial da União (páginas 79 e 80 – edição de 30/06/2016) determina o adiamento para 2017 e argumenta que a obrigatoriedade foi protelada “considerando as dificuldades de adequação relatadas pelo setor produtivo, especialmente frente à conjuntura econômica atual, acarretando a impossibilidade do cumprimento das exigências impostas pela Portaria Inmetro n.º 269/2015, no prazo estabelecido”.

as-passarelas-do-parque-de-foz-do-iguacu-dao-condicoes-de-acessibilidade-para-visitacaoAs passarelas do Parque Nacional Iguazú dão condições de acessibilidade para visitação

1 – Foz do Iguaçu (PR) – Localizada na tríplice fronteira, é uma das cidades mais atentas quanto à acessibilidade em seus pontos turísticos. O Parque Nacional oferece possibilidade de acesso a cadeirantes nas passarelas, até mesmo para a Garganta do Diabo, queda com maior fluxo de água de todas as Cataratas do Iguaçu e que tem 70 metros de altura e 3 quilômetros de largura. Pioneira no turismo de inclusão, a cidade oferece ainda salto de paraquedas para pessoas com deficiência. Imagem: Reprodução

a-acessibilidade-em-salvador-vem-sendo-conquistada-mesmo-em-locais-tomados-como-o-pelourinhoA acessibilidade em Salvador vem sendo conquistada mesmo em locais tomados como o Pelourinho

2 – Salvador (BA) – A capital baiana se orgulha de sua rota de acessibilidade ao centro histórico. O caminho permite acesso às principais ruas do Centro Antigo e ao Pelourinho. Com a construção da rota, rampas foram instaladas, calçadas ampliadas e as ruas estão reformadas. O Museu de Arte Sacra também tem acesso para idosos e cadeirantes, com elevadores e ampliação dos corredores. Imagem: Reprodução

aparu-associacao-dos-paraplegicos-de-uberlandia-trabalha-pela-conquista-da-acessibilidade-na-cidadeAPARU (Associação dos Paraplégicos de Uberlândia) trabalha pela conquista da acessibilidade na cidade

 3 – Uberlândia (MG) – Considerada em 2010 pela ONU (Organização das Nações Unidas) uma das 100 cidades modelo em acessibilidade, tem uma lei que exige, em todas as obras de uso público, vistorias do Núcleo de Acessibilidade antes de ser colocada em prática. Com 100% do transporte público acessível e mais de 500 rampas de acessos nas calçadas, os turistas com deficiência podem aproveitar as belezas da cidade, com destaque para o Museu e Mercado Municipal, construído em 1923 e que oferece os melhores produtos típicos de Minas Gerais. Imagem: Reprodução

calcadas-da-avenida-paulista-em-sao-paulo-sao-niveladas-e-possuem-piso-tatilCalçadas da Avenida Paulista em São Paulo são niveladas e possuem piso tátil

4 – São Paulo (SP) – Apesar de todos os problemas da maior cidade do país, a mobilidade urbana e a acessibilidade avançaram. Desde 2011, os prédios do Memorial da América Latina são completamente acessíveis. Lá até o mapa tátil é uma obra de arte à parte e foi projetado pelo artista Luiz Herzog. Recentemente, a fundação foi incluída no Guia Turismo Acessível, no qual estão outros 311 locais turísticos acessíveis da capital paulista. O Museu do Futebol é um deles e oferece audioguias para cegos, totens em braile, maquetes táteis e imagens em relevo, piso tátil e acesso para cadeirantes durante todo o percurso. Imagem: Reprodução

praia-de-iracema-em-fortaleza-possui-projeto-de-praia-acessivelPraia de Iracema em Fortaleza possui projeto de praia acessível

5 – Fortaleza (CE) – Em março desse ano, foi lançado nas praias da capital cearense um projeto com esteiras e cadeiras anfíbias para idosos, pessoas com deficiência. A área tem ainda estrutura para vôlei e frescobol adaptados, piscinas, cadeiras e mesas cobertas com toldos, banheiro acessível e itens de segurança. No calçadão também foram instaladas rampas, faixas de pedestre, vagas públicas para pessoas com deficiência e uma academia ao ar livre com estação de exercícios físicos exclusiva para cadeirantes. Imagem: Reprodução

Fonte: Estadão

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