Campanha alerta para acesso de pessoas com deficiência ao teatro
As dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência para participar de atividades culturais, como uma peça teatral, por exemplo, não se limitam à entrada nos espaços, que muitas vezes não têm rampas ou piso tátil. Elas incluem outros aspectos, como a ausência de cenários adaptados para pessoas cegas ou com baixa visão para que possam entender onde as cenas serão interpretadas, a falta de programas escritos em braile e a ausência de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Para mobilizar artistas, os governos e a sociedade civil em relação a essas questões, previstas nas leis de acessibilidade, foi lançada hoje (9) a campanha Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Pela primeira vez na história da Casa, uma audiência foi feita com total acessibilidade – tradução para Libras, transcrição por texto e audiodescrição de todas as discussões.
Durante o encontro, a idealizadora do projeto, a especialista em inclusão Claudia Werneck ressaltou que o direito à cultura é de todas as pessoas, com ou sem deficiência.
“É preciso sensibilizar toda a sociedade, incluindo a classe artística e o Poder Público, para que sejam incorporadas práticas inclusivas, previstas na legislação, na área de cultura. A campanha não tem o objetivo de garantir apenas que pessoas com deficiência estejam nas plateias, mas que elas possam fruir e participar das produções com total dignidade”, disse.
“Para isso, é preciso que essas produções se abram também à participação de pessoas com deficiência em todas as áreas, como na técnica, no figurino, na gestão dos recursos”, acrescentou ela, que é pioneira na disseminação do conceito de inclusão no Brasil e em países da América Latina.
Ela ressaltou que trata-se de uma ação alinhada com o disposto no Decreto Federal 5.296/04 e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas, primeiro tratado de direitos humanos a ser ratificado com valor constitucional no Brasil, por meio do Decreto Legislativo 186/08 e Decreto Federal 6.949/09.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que apresentou requerimento à Casa Legislativa para a promoção da audiência, enfatizou a necessidade de se construir e reforçar politicas públicas voltadas para soluções de acessibilidade. “O direito à cultura é direito humano”, ressaltou.
Uma das ações previstas na campanha é a veiculação de anúncios em meios de comunicação em que artistas conhecidos pelo grande público destacarão a importância da acessibilidade nos espaços culturais. A partir da próxima semana, também estará disponível o hotsite da iniciativa, onde será possível encontrar um passo a passo com as principais medidas para garantir a acessibilidade em um teatro.
Ainda como parte da iniciativa, que tem entre seus parceiros o Ministério da Cultura e a Frente Parlamentar de Cultura, haverá apresentação gratuita, em Brasília, amanhã (10) e no sábado (11), da peça infantojuvenil Um Amigo Diferente?, no Teatro do Brasil 21 Cultural. A peça terá equipe de tradução para Libras, braile, audioguia e acessibilidade para pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida.
Fonte: EBC
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Olá,
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Aqui colocamos informações sobre todos. Porém muitas vezes fica difícil colocar em um artigo, as necessidades de todos. Isto não é estar sendo esquecidos. Porém, concordo que a mídia coloca poucas matérias que falem sobre surdos oralizados, implante coclear, e temas relacionados.