Calçadas acessíveis. Infraestrutura básica que afeta diretamente a questão do turismo.
As calçadas são parte da infraestrutura básica de um local, para todas as pessoas. Pois ela deveria ser a alternativa mais fácil e segura para um pedestre transitar, e então estar de acordo com as normas de acessibilidade. Existe a problemática de quem deve cuidar da calçada, o proprietário do imóvel ou o poder público? O fato é que as calçadas apresentam diversos problemas, seja pela falha na sua construção, ou também pela falta de conservação.
Sua importância é tão grande que afeta de forma praticamente direta todas as outras áreas de uma vida social como o trabalho, educação, saúde, lazer e turismo entre outras. Mesmo utilizando-se de transportes públicos ou particulares, que ajudam a minimizar as dificuldades do trânsito em uma calçada, fica difícil escapar totalmente dela, pois sempre há pelo menos um pedaço de calçada que precisamos percorrer, e por menor que seja, pode acabar sendo um grande problema.
Isso se reflete no lazer e turismo, pois as calçadas são uma das importantes vias de acesso para hotéis, museus, restaurantes, e outros atrativos turísticos. A falta de acessibilidade nas calçadas inibem de forma considerável a iniciativa de pessoas com deficiência a saírem de casa para realizar atividades de lazer e turismo que tanto desejam. Num passeio turístico, a busca pelo rebaixamento de guias em calçadas, acabam tomando tempo e desgastando fisicamente um cadeirante. Para um cego, a busca pela direção e o cuidado para não tropeçar ou trombar com objetos em seu caminho, também são um problema. Então para que haja uma adequação melhor de um produto turístico, é necessário pensar na acessibilidade de seu entorno também, o que envolve itens como sinalização, calçadas, locais de travessia, etc.
Numa cidade acessível, o direito à utilização de espaços públicos, ao transporte e às edificações deve estar garantido não apenas pelo poder público, mas por toda a sociedade. Isso significa que a adoção dos parâmetros de acessibilidade nessas estruturas vai contemplar tanto as pessoas com deficiência quanto as com mobilidade reduzida, como idosos, crianças e gestantes.
A proposta deste Guia Prático para a Construção de Calçadas, organizado pelo Grupo de Acessibilidade do Crea-BA, surgiu a partir de duas edições do Seminário Baiano de Calçadas, realizadas respectivamente em 2005 e 2007. Em parceria com diversos órgãos, o objetivo da publicação é orientar o poder público e a sociedade, trazendo propostas e análises sobre os problemas enfrentados diariamente pelas pessoas nas calçadas da capital baiana.
Salvador apresenta hoje um dos piores índices de manutenção de calçadas do País. Dessa forma, o Guia vai discutir itens como as melhores condições de acessibilidade urbana, a dinamização na implantação de infraestrutura urbana, o disciplinamento de usos e apropriações sociais, a melhoria das condições ambientais das ruas e da cidade, além da melhoria da paisagem urbana.
Esperamos que o resultado deste trabalho venha a contribuir efetivamente para a mudança de postura dos gestores públicos a partir de uma nova visão que considere o acesso universal ao espaço público um benefício para os moradores, usuários e visitantes. A acessibilidade é uma responsabilidade de todos.
A calçada ideal é aquela que garante o caminhar livre, seguro e confortável de todos os cidadãos. A calçada é o caminho que nos conduz ao lar. Ela é o lugar onde transitam os pedestres na movimentada vida cotidiana. É por meio dela que as pessoas chegam aos diversos pontos do bairro e da cidade. A calçada bem feita e bem conservada valoriza a casa e o bairro. A calçada ideal deve oferecer:
Acessibilidade – assegurar a completa mobilidade dos usuários.
Largura adequada– deve atender às dimensões mínimas na faixa livre.
Fluidez– os pedestres devem conseguir andar a uma velocidade constante.
Continuidade – piso liso e antiderrapante, mesmo quando molhado, quase horizontal, com declividade transversal para escoamento de águas pluviais de não mais de 3%. Não devem existir obstáculos dentro do espaço livre ocupado pelos pedestres.
Segurança– não oferecer aos pedestres nenhum perigo de queda ou tropeço.
Espaço de socialização – deve oferecer espaços de encontro entre as pessoas para a interação social na área pública.
Desenho da paisagem – propiciar climas agradáveis que contribuam para o conforto visual do usuário.
Faça o download clicando no link a seguir do Guia Prático para a Construção de Calçadas, elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do estado da Bahia (CREA-BA).
Fonte: CREA-BA
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É Ricardo, a situação é gravíssima! Estou cadeirante 5 anos… Tive polio desde os nove meses, mas andava de aparelho ortopédico, com os anos, atrofiaram músculos, nervos, enfraqueceram os ossos, enfim independente de exercícios e tratamentos após quedas e cirurgias não andei mais… Minha vida sentada tornou se totalmente diferente, tudo que já era difícil, ficou quase impossível, a acessibilidade é desumana, se somos conduzidos nas cadeiras ficamos submetidos por quem nos leva e onde for melhor percorrer, para usar esse exemplo de calçadas intransitáveis, tem aquelas terríveis com buracos, desníveis, e mesmo as com rampas, algumas que não dá para subir e tão pouco descer, e aí o constrangimento,as situações em que a cadeira sendo manual ou motorizada muitas vezes fica impossibilitada de sair do lugar!
Infelizmente ainda não somos vistos e sentidos como cidadões com direitos como qualquer outro, mas iniciativas como essa nos dá força e coragem para continuar a defender uma causa por todos, que é o Amor, a Dignidade e o Poder da Fé num trabalho de concientização!
Obrigada, por essa abertura, onde eu como pessoa, cidadã,mulher, mãe e hoje usando uma cadeira de rodas, posso partilhar minhas necessidades e dificuldades!
Abç em vc e á todos que aqui estiverem!!!
Olá Mônica, muitobom partilhar idéias e conhecimentos. Porém não desanime pelas dificuldades que encontramos em nosso dia-a-dia. Tenha seu foco na felicidade a ser desfrutada, e não nas decepções resultantes dos problemas. Temos evoluido na questão da acessibilidade, mas o ser humano é um eterno insatisfeito…normal, e isso é bom, se não for em excesso.
As calçadas são apenas uma das coisas que temos a resolver, mas tenho visto bons locais para se visitar com boas calçadas, mas também não é uma calçada mal feita que me impede de viajar e passear
beijos!
O Guia Prático para Construção de Calçada da ABCP adotado pelo CREA-BA não é referência em Acessibilidade!
Não estamos colocando o Guia como uma referência em acessibilidade, apenas divulgando uma boa iniciativa. Mas então você poderia indicar a nós um documento que julgue servir como uma boa referência.
Refiro-me ao texto postado, cuja fonte é do Crea-BA! O guia da ABCP é referência para eles!
Até o presente momento não encontrei um guia ou mesmo uma cartilha que seja referência em acessibilidade plena. Todas as que encontrei derivam da cartilha Passeio Livre do município de São Paulo!
Ricardo se tiver um tempinho de uma lida nestas postagens… entenderá quando digo que não é referência em acessibilidade.
http://bit.ly/debYNv
Obrigado Tuca!
Ainda vejo a questão de calçadas muito confusa no Brasil. No exterior, onde pessoas com deficiência visual são bastante ativas, como na Espanha, não se encontram pisos táteis exageradamente como no Brasil. Por isso duvido da real necessidade deles, e gostaria de estudar se nossos deficientes visuais acabaram se acostumando com isso, e ficaram dependentes
Acredito que, uma grande parcela da população que tenha transitado pelas calçadas de todo o país já se deparou com alguma dificuldade ou situação desconfortante.
Sabemos que o valor da multa aplicada para uma calçada irregular era cobrado menor comparado a execução do serviço de sua reforma. Sendo assim, os proprietários optavam em tomar a penalidade a reformar de seu passeio.
Agora que o valor apresenta-se mais caro por não mais calculada conforme tamanho da área danificada e sim a extensão de toda a calçada, podemos visualizar melhorias na cidade de São Paulo, por exemplo.
É meu Brasil.. aqui só se obtem resultados positivos se há pena por multa e por onerosos valores.
Porém para se ter uma calçada acessível, é preciso planejamento. O proprietário reforma sua calçada seguindo principalmente questões de estética, e não de acessibilidade. Quando pensamos em calçada, visualizamos uma grande extensão dela.Pois mesmo que um morador deixe sua calçada acessível, se os vizinhos não fizerem o mesmo, o efeito será pequeno.