Biblioteca de São Paulo possui diversos recursos de acessibilidade
A partir do dia 9 de fevereiro, a cidade de São Paulo passou a contar com um novo e diferenciado espaço cultural: a Biblioteca de São Paulo. O governador José Serra inagurou nesta segunda, 8, em uma área de 4.257 m² no Parque da Juventude, zona norte da capital, a Biblioteca que oferece aos paulistas um espaço dinâmico e integrado à comunidade.
O local conta com amplo horário de funcionamento, fácil acesso pelo Metrô Carandiru, CDs, DVDs, jogos e 30 mil livros no acervo. Além disso, a Biblioteca de São Paulo será um centro de formação permanente para atualização e qualificação de profissionais da área. “Inauguramos hoje uma grande biblioteca. Grande pelo volume de livros, pela acessibilidade e pelas inovações que contém”, disse Serra.
Inspirada nos serviços e programas da Biblioteca Pública de Santiago, no Chile, a Biblioteca de São Paulo possui cinco áreas de atividades, divididas por faixas etárias. No local, os últimos lançamentos do mercado editorial dividem espaço com periódicos, computadores com acesso à internet e recursos multimídia.
No novo espaço, os usuários têm à disposição um auditório, área para exposições temporárias e permanentes, atividades de incentivo à leitura e um café. Pessoas com deficiência têm acesso integral a todos os ambientes.
“Em matéria de acessibilidade para pessoas que tenham deficiência física, seja visual, motora ou auditiva, é uma biblioteca super avançada; talvez poucas bibliotecas no mundo tenham este nível de acessibilidade”, ressaltou o governador.
O horário de funcionamento também é um diferencial: de terça a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 19h. “É fundamental garantir o acesso da população e, pensando nisso, a Biblioteca precisa estar de portas abertas de manhã até a noite. Queremos que a Biblioteca integre o cotidiano da cidade”, explica a assessora de gabinete da Secretaria e idealizadora do novo espaço, Adriana Cybele Ferrari.
“Os livros estão ao lado de CDs, DVDs, jornais e revistas. É um espaço dinâmico, onde os livros não ficarão esquecidos nas estantes”, afirma o Secretário da Cultura, João Sayad. “Queremos que fique parecida com as grandes livrarias, que hoje recebem muito mais leitores do que as bibliotecas”.
Por dentro da Biblioteca de São PauloTérreoRecepção
No hall de entrada, está instalada a recepção da Biblioteca de São Paulo, onde o usuário pode se informar sobre o empréstimo dos materiais e identificar os serviços oferecidos. Estarão também disponíveis um guarda-volumes e o terminal de “auto-atendimento”, no qual os usuários podem retirar e devolver os livros sem precisar de intermediários. Para utilizá-lo, os frequentadores devem fazer um cadastro prévio e os livros, que terão uma etiqueta inteligente, serão liberados para empréstimo. Trata-se de um sistema inovador e que existe em poucos empreendimentos na América Latina.
Para crianças e jovens
No pavimento térreo encontram-se duas áreas infantis destinadas às crianças de até três anos e outra para as de 4 a 11 anos. Nelas, há poltronas, pufes coloridos e mesas de leitura, onde pais ou responsáveis podem acompanhar as brincadeiras que envolvem a leitura.
No acervo, livros de plástico, brinquedos educativos, fantoches, dinossauros de borracha, bonecos de pano, livros como Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, O Menino Maluquinho, de Ziraldo, e Onde Vivem os Monstros, de Maurice Sendak. Haverá também dois alfabetos em braile feitos de madeira.
Junto a estas salas infantis, há o espaço infanto-juvenil, dedicado aos jovens de 12 a 17 anos. Nele, além de 30 computadores com acesso à internet, mesas, poltronas e pufes ocupam local próprio para leituras individuais e/ou em grupo de coleções como a da série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, Harry Potter, de J. K. Rowling, e clássicos, em novas edições, como Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.
Em todas as áreas, haverá postos de atendimento com funcionários treinados para ajudar na escolha dos livros e orientar os usuários.
Auditório e sala de treinamento
O auditório, com capacidade para 106 pessoas, será utilizado para a realização de cursos regulares para capacitação dos profissionais das 941 bibliotecas públicas municipais integrantes do Sistema Estadual de Bibliotecas. Além disso, sediará workshops, encontros dinâmicos e estudos de comunidades, palestras e projeções de filmes.
O local tem recursos para apresentações com conteúdo multimídia, som e tecnologia wireless para microfones e dados. Haverá ainda três telões externos para a projeção dos eventos.
Café e Área Externa
Na área externa, 12 mesas e 48 assentos ficarão dispostos próximos ao café, para um momento de leitura ao ar livre ou para assistir a alguma apresentação artística.
Primeiro Pavimento
No primeiro pavimento da Biblioteca de São Paulo está a área destinada aos adultos, onde além das coleções de livros de autores consagrados como Clarice Lispector, Ferreira Gullar, João Ubaldo Ribeiro e dos contemporâneos, Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Marcelino Freire, estarão 40 computadores com acesso à internet, mesas de leitura e assentos. Clássicos estrangeiros também não foram esquecidos como Os Miseráveis, de Victor Hugo; Desonra, de J.M. Coetzee, entre outros. Nesta área há um espaço com material acessível apenas para maiores de 18 anos, no qual podem ser encontradas as revistas “Playboy” e “Trip”, por exemplo, além de clássicos da literatura como Lolita, de Vladimir Nabokov, 120 Dias de Sodoma, do Marquês de Sade, e O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence.
Área para adultos
Tecnologia
Cerca de 100 computadores, equipados com fones de ouvido e telas widescreen, acesso à internet e recursos multimídia estão disponíveis para uso do público nas áreas para crianças de 4 a 11 anos, jovens de 12 a 17, e adultos. Para os usuários cadastrados na Biblioteca que queiram utilizar notebooks, uma rede wireless dá acesso aos sistemas e à internet.
Também estarão disponíveis sete Kindles, pequeno aparelho desenvolvido nos Estados Unidos para a leitura de livros, jornais e outras mídias digitais.
Acessibilidade
Além de elevador para cadeirantes, a Biblioteca de São Paulo contará com seis mesas de leitura adaptáveis (duas no térreo e quatro no primeiro pavimento). Para deficientes visuais e/ou pessoas com baixa visão há leitores autônomos que reconhecem e leem o texto em poucos segundos, uma impressora que transforma obras literárias para o braile, ampliadores de letras e 10 computadores com softwares especiais de leitura e teclados ampliados com mouses especiais. No acervo também estão áudiolivros e algumas edições já em braile, como Contos de Fadas dos irmãos Grimm.
No caso dos deficientes auditivos, funcionários capacitados para comunicar-se em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) também facilitarão o atendimento aos usuários.
Acervo e empréstimo
O acervo da Biblioteca de São Paulo será composto, inicialmente, de 30 mil títulos, quatro mil CDS e DVDs, mil áudiolivros, mil álbuns de histórias em quadrinhos, 50 títulos de gibis, 100 jogos eletrônicos, cerca de 20 jornais nacionais e internacionais e mais de 15 títulos de revistas variadas. Apesar do foco na literatura brasileira, internacional e latino-americana, nas prateleiras estarão também títulos sobre Filosofia, Religião, História, Geografia, Artes, Administração, Culinária, Turismo e Esportes, Autoajuda, entre outros, que podem ser emprestados aos usuários cadastrados por um período de até 15 dias. As pessoas com deficiência retiram até 10 livros e podem permanecer com eles durante 30 dias.
Um dos diferenciais do novo espaço cultural é a rapidez com que os últimos lançamentos editoriais e os livros mais comentados pela população e imprensa chegarão às estantes. “O compromisso de manter o acervo da Biblioteca tão atualizado quanto o das livrarias, democratiza o acesso à informação daqueles que não podem adquirir seus livros. O incentivo à leitura se faz também com os títulos que estão em pauta, que são comentados pelas pessoas e pela mídia”, afirma Adriana Cybele Ferrari.
Sistema Estadual de Bibliotecas
A Biblioteca de São Paulo passa, a partir de sua inauguração, a ser a sede do Sistema Estadual de Bibliotecas, criado em 1984, pelo Decreto n° 22.766. Incentivar a integração das 941 bibliotecas públicas do Estado de São Paulo, propiciar a expansão de atividades culturais, facilitar o acesso às informações e fomentar condições de atendimento adequado aos leitores são os objetivos do Sistema, que também irá desenvolver programas de assistência técnica às bibliotecas de todo o Estado.
Investimento e Gestão
Para a criação da Biblioteca de São Paulo foram investidos R$ 12,5 milhões (sendo R$ 10 milhões do Governo de São Paulo e R$ 2,5 do Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura).
A direção do novo espaço será da bibliotecária Magda Montenegro, que comandará 50 funcionários, dentre os quais uma assistente social e uma psicopedagoga, para oferecer atendimento completo a todos os públicos.
Após a inauguração, a Biblioteca será administrada pela Poiesis, Organização Social de Cultura, em convênio com a Secretaria de Estado da Cultura, nos mesmos moldes que gere a Casa das Rosas e o Museu da Língua Portuguesa. Serão disponibilizados pelo Governo do Estado, anualmente à OS, R$ 4 milhões para gestão e R$ 1 milhão para acervo.
Serviço
Biblioteca de São Paulo
Parque da Juventude – Av. Cruzeiro do Sul, 2.630 – Santana
(zona norte da capital – Acesso pelo Metrô Carandiru)
Terça a sexta, das 9h às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 19h.
Entrada gratuita
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Preciso saber como é na íntegra a acessibilidade para deficientes em cadeiras de rodas. Estou fazendo minha monografia para o curso de Biblioteconomia e preciso muito de material. Se vocês puderem me ajudar, desde já agradeço.
Olá Marília,
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