Antigo prédio do Hotel Atlântico recebe acessibilidade para abrigar 220 idosos

por | 25 dez, 2010 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

Depois de 12 anos fechado, o antigo Hotel Atlântico, na Avenida São João, centro de São Paulo, vai receber a partir de hoje uma nova leva de hóspedes. Os cinco andares do edifício receberão 220 idosos carentes. O endereço é o novo Centro de Acolhida Especial para Idosos “Morada São João” da Prefeitura.

As antigas 60 suítes do hotel, que funcionou entre 1953 e 1998, foram adaptadas para receber a população idosa atendida pelo Município. Uma nova morada que conta com um histórico áureo vivido principalmente nas décadas de 1960 e 1970.

O edifício fora inaugurado em 1929 pelo fazendeiro de café Oscar Souza Pinto, que dá o nome ao imóvel. Foi residencial até 1953, quando transformado em hotel com classificação três estrelas. “Muitos prefeitos do interior frequentavam o hotel, era praticamente o quartel-general de políticos do interior. Tinha qualidade além da beleza estética do prédio”, diz o publicitário Marcelo Aranha Souza Pinto, de 60 anos, neto do fundador e dono do prédio – alugado para a Prefeitura por R$ 48,9 mil mensais.

Com arquitetura típica do início do século 20, de inspirações francesas e inglesas, o prédio foi tombado em 2000 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Souza Pinto conta que há uma controvérsia em torno da autoria do projeto. “Temos informações de que o arquiteto Rino Levi, no começo de carreira, é quem teria desenhado o projeto”, diz. Mas, segundo ele, não há confirmação.

De acordo o Caio Calfat, coordenador do Núcleo Turístico-Imobiliário-Hoteleiro do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), o Atlântico teve considerável importância para a cidade. “A região central teve os hotéis mais importantes a partir da primeira metade do século. E o Atlântico esteve entre eles”, diz.

Com o processo de degradação do centro, o Atlântico fechou em 1998, assim como outros hotéis da vizinhança. Com o tombamento, o proprietário investiu por meio de leis de incentivo cerca de R$ 1 milhão para restaurar e modernizar o edifício. “Já pensava em projeto para terceira idade, ou algo ligado à saúde. Esse projeto veio muito a calhar”, ressalta Souza Pinto.

Assistência. Para abrigar o centro, a Prefeitura investiu cerca de R$ 500 mil em intervenções de acessibilidade. No alto do prédio, há uma área de convivência. “O centro cumpre duas funções. Coloca em moradias específicas os idosos que estão em albergues e colabora com a ocupação da região central da cidade”, disse a vice-prefeita e secretária municipal de Assistência Social, Alda Marco Antonio. Cada atendido vai custar entre R$ 500 e R$ 600 por mês.

Há mais de um ano vivendo no albergue Boracea, na Santa Cecília, no centro, o catador de papelão Raimundo do Nascimento, de 65 anos, está empolgado com a mudança. “Sempre andava por aquelas ruas e quase consegui um emprego por lá uma vez”, diz. “Além disso, vamos ter mais o nosso espaço”. Na Morada São João, cada quarto será dividido por até 4 pessoas. No Boracea, por exemplo, são 35 pessoas no mesmo pavimento.

Fonte: Cultura Geral

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