Angra dos Reis enfrenta problemas de acessibilidade para pessoas com deficiência
A arquitetura e a estrutura de Angra dos Reis têm sido um problema para quem possui algum tipo de dificuldade de locomoção. Em alguns locais a situação é tão crítica que o acesso se torna quase impossível para quem possui alguma deficiência física. Nem mesmo os prédios públicos, em sua totalidade, oferecem acesso.
A cidade que recebe um grande número de turistas ainda precisa passar por mudanças para atender a população e as pessoas que visitam o município. De acordo com o vereador Ricardo Dutra (DEM), Angra dos Reis teve avanços significativos no que diz respeito a implementar melhorias para atender as pessoas portadoras de necessidades especiais. Porém, segundo ele, ainda há muito para ser feito para permitir a inclusão de todos.
– A realidade do cadeirante, até pouco tempo atrás, era pior. Éramos praticamente expulsos das lojas e não encontrávamos qualquer local que tivesse a preocupação com a questão da acessibilidade. Em 1985 criamos a Associação dos Deficientes Físicos de Angra dos Reis, desde então estamos lutando para mudar essa realidade – destacou.
Conforme disse o parlamentar, algumas medidas positivas resultaram deste movimento pela acessibilidade: a preocupação em empreender as novas obras urbanas com rampas de acesso, vagas especiais de estacionamento, equipamentos de orelhão mais baixos e escolas e postos de saúde com rampas e banheiros adaptados.
– Temos vários estabelecimentos comerciais que estão se adequando à regulamentação federal que prevê essas modificações – disse.
Para o vereador, o transporte público adaptado ainda não atende de forma satisfatória ao grupo. Segundo ele, os condutores dos coletivos não estão preparados para manusear o equipamento que permite a entrada de cadeirantes nos ônibus. Outra questão diz respeito às obras de adaptação realizadas sem o comprometimento com o padrão. Desta forma, são encontradas rampas de acesso às calçadas com altura excessiva, que impedem que a cadeira de rodas possa subir.
– A dificuldade que ainda temos é que as pessoas não têm a consciência da importância dessas medidas. Em diversos locais percebemos que os imóveis possuem rampas ou banheiros para pessoas com mobilidade reduzida, porém essas modificações fora feitas sem a preocupação em realmente atender às necessidades de quem precisa. Temos que dialogar sobre isso para que exista uma conscientização para a efetivação de mudanças permanentes – salienteou.
Reunião
Nas próximas semanas será agendada uma reunião entre o parlamentar e a empresa Senhor do Bonfim, responsável pelo transporte coletivo em Angra, a fim de levar as reclamações dos usuários aos responsáveis pelo sistema de transporte público. Outra encontro será com a Secretaria de Trânsito. O objetivo da reunião será avaliar o que foi feito em 2011 e traçar novas diretrizes para este ano. Para o mês de março, a expectativa é que seja realizado um encontro com todas as secretarias do município para que sejam discutidas ações em conjunto.
– Seria positiva a criação de uma subsecretaria para a pessoa com deficiência física. Através deste instrumento poderíamos pensar políticas públicas mais efetivas – defendeu.
TurisAngra
A diretora executiva da TurisAngra (Fundação de Turismo de Angra dos Reis), Cristiane Brasil, concordou com Ricardo Dutra de que a cidade tem progredido no sentido da melhoria da acessibilidade; os desafios, porém, ainda seriam muitos. Para ela, o setor hoteleiro precisa se adequar para receber quem tem alguma dificuldade de locomoção.
– Os resorts estão preparados para receber este público. Porém, ainda faltam projetos que permitam à cidade atender de forma satisfatória a este público – disse.
Acessibilidade para deficientes visuais também é precária
Para o representante do Conselho da Pessoa com Deficiência Física, Paulo Henrique Gomes, a estrutura urbana da cidade apresenta muitos obstáculos que colocam em risco a segurança do deficiente visual. Dentre os problemas apontados estão a falta de um piso tátil de orientação, de sinalização sonora nas faixas de pedestre, calçadas estreitas e postes instalados no meio das calçadas.
– Em algumas ruas há o piso tátil, porém ele não possui nenhuma indicação dos obstáculos como postes e orelhões instalados bem no meio da calçada. Outra questão é falta de sinalização sonora para que o deficiente visual possa atravessar com segurança. O semáforo próximo ao cais possui este recurso, porém apenas para a travessia de uma das faixas e não de ambos os lados – disse.
Para o Gomes, o planejamento das mudanças a serem realizadas no espaço urbano a fim de atender ao portador de deficiência deveria ser empreendido a partir da consulta de quem vive esta realidade.
– Os motoristas de coletivo nos ajudam muito, principalmente no que diz respeito a atravessar a rua. Porém, a maioria dos motoristas não respeita o deficiente visual e isto coloca a nossa vida em risco. Os motociclistas são os que mais nos preocupam. Precisamos de mais campanhas de educação pra que as pessoas de conscientizem – finalizou.
Fonte: Diário do Vale
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Acessibilidade é o meu tema preferido, acredito que medidas devam ser tomadas sim e com urgência, a lei existe, portanto, os orgãos públicos deveriam cumpri-las.
Olá Meire, cadastre seu email em nosso portal, e sempre receberá notícias sobre acessibilidade. Uma das coisas que tenho insistido junto à meus colegas com deficiência, é cobrar seus direitos. Quanto mais isso estiver sendo feito, creio que a repercussão positiva será uma consequência.