Acessibilidade por parte das companhias aéreas é criticada no Fórum Panrotas

por | 21 mar, 2012 | Turismo Adaptado | 2 Comentários

O debate sobre o “Futuro da Aviação para o Brasil e América Latina”, que encerrou o 10º Fórum Panrotas, em São Paulo, reuniu Constantino de Oliveira Jr, CEO da Gol Linhas Aéreas; José Efromovich, presidente da Avianca no Brasil; Marco Antonio Bologna, presidente da Tam e Mariano Recalde, presidente da Aerolineas Argentinas. O painel foi mediado por William Waack, apresentador da TV Globo.

Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, abriu uma discussão afirmando que as companhias aéreas não estão preparadas para atender pessoas com deficiência, e em seguida questionou o que estava sendo feito de concreto em relação a isso. Os presidentes da Aerolineas Argentinas e da Gol se pronunciaram, reconhecendo que o atendimento era falho, porém não souberam passar nenhuma solução para que este problema seja solucionado.

Na verdade, Ricardo Shimosakai estava tentando chamar a atenção de todos, para a questão da segurança e também da preparação para os grandes eventos que o Brasil irá sediar, principalmente as Paraolimpíadas, onde desembarcarão milhares de pessoas com deficiência em nossos aeroportos. Já algum tempo, tenta implantar um sistema que consegue solucionar o problema em todo o complexo aeroportuário, porém encontra barreiras atitudinais por parte das companhias aéreas, Infraero e ANAC. Veja vídeo ao final da matéria.

Indagado sobre a fusão entre Tam e Lan (Latam), Bologna enfatizou que o momento da aviação no cenário latino-americano, assim como no transporte aéreo mundial, tramita por uma conversão. Segundo ele, a Tam busca um crescimento como uma empresa de operação a longa distância.

“Alianças envolvem aspectos econômicos baseados em estratégias futuras. Buscamos na aviação equiparar algo que é comum mundialmente, o que faz com que os processos gerem competitividade, mas no Brasil ainda esbarramos com burocracias, que não se equiparam com as normas da aviação mundial. Hoje gastamos entre 30 a 40% com combustíveis, e pagamos ICMS sobre esse procedimento. As empresas aéreas chilenas não pagam, o que difere muito no Brasil. Queremos ser a bandeira brasileira no exterior fazendo voos de longa escala, mas ainda precisamos de apoio da nossa legislação”, enfatizou.

Já Constantino Jr. contradisse a explanação de Bologna. Ele destacou que é preciso cuidado com a concorrência, que pode se tornar preocupante.

“O movimento de fusão faz parte de uma tendência do setor. É fundamental que as empresas tenham acesso restrito aos mercados de capitais. A exemplo da Latam, acessar o mercado de capitais de maneira irrestrita pode se tornar desigual. No caso da Gol, temos que obedecer restrições de capital estrangeiro e isso pode trazer desigualdade da concorrente no acesso ao mercado, o que acontece no Chile, onde a Tam está chegando”, declarou.

Para o presidente da Aerolíneas Argentinas, Mariano Recalde, a situação da companhia aérea argentina, que é uma estatal, diverge das estratégias brasileiras, pois foca sua atuação no mercado interno.

“Sabemos que as fusões são uma tendência mundial, mas queremos atrair o maior número de brasileiros possíveis para movimentar o nosso segmento no país. Exemplos são destinos como Patagônia e Ushuaia, que podem atrair tanto o público que viaja a negócios como o de lazer”, mencionou.

A Avianca e a Taca Linhas Aéreas, que já estão em processo de fusão,  focam nas adapatações culturais entre os dois países, Colômbia e Peru. “Falamos a mesma língua e hoje a Avianca Brasil não está incorporada com tendências que divergem das normas mundiais. Hoje o nosso foco tem como marca o crescimento, com 170 aeronaves”, ressaltou Efromovich.

O último comentário do painel foi do presidente da Tam: “A mão-de-obra no setor de aviação é ineficiente. No mundo a tripulação pode voar até 90 horas, e no Brasil até 70 horas. Outro problema é de infraestrutura e legislação para recuperar o fundo de aviação civil brasileira. É necessário um apoio das esferas do setor público e união para nos acoplarmos ao futuro da aviação mundial”, finalizou Bologna.

Veja entrevista feita com Ricardo Shimosakai ao final do painel de aviação, feita pela TV Panrotas, clicando na imagem ilustrativa colocada abaixo.

Fonte: IFR Online 

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2 Comentários

  1. Piauhy

    Enquanto isto o cadeirante sobe as escadas nos braços dos funcionáros das empresas, a menos que seja Deputado porque, aí tem o Ambulift…

    • Ricardo Shimosakai

      Ser carregado pelas escadas é falta de segurança, e parcialidade no atendimento é falta de moral. Vamos mudar esse cenário, mas é importante a colaboração de todos

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