Acessibilidade em Juiz de Fora. Avaliando pontos turísticos sob o olhar de profissionais.

por | 4 nov, 2019 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

Aproveitando a 11ª Semana do Turismo da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), os profissionais convidados para palestrar foram juntos conhecer alguns pontos turísticos da cidade e aproveitaram para trocar pontos de vista de suas avaliações na prática.

Participaram desta visita técnica, Ricardo Shimosakai, Consultor Especialista em Acessibilidade e Inclusão e Diretor da Turismo Adaptado, Donária Coelho Duarte, Professora da UnB (Universidade de Brasília) e Coordenadora do Núcleo de Estudos em Turismo Responsável, Acessível e Sênior. A atividade foi acompanhada por Thaís Altomar, Gerente do DPCDH (Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos) e Thais Lima, Professora da UFJF e Presidente do Juiz de Fora Convention & Visitors Bureau.

Ricardo e Donária visitaram os mesmos lugares, porém alguns deles em datas diferentes, devido à agenda pessoal e do evento. Isso acabou influenciando na experiência, pois os serviços prestados foram diferentes. No Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, Ricardo foi guiado por um funcionário antigo do museu que trabalha na restauração das obras.

Acabou abrindo a visitação em lugares mais restritos e dando explicações com detalhes. Já para Donária, a visitação no mesmo local, no dia anterior, não foi tão proveitosa. Ela comenta que a pessoa que cuidou de sua visita guiada, parecia ser inexperiente ou com poucos conhecimentos do local, além de passiva, mais respondendo perguntas do que apresentado o local.

No Memorial da República Presidente Itamar Franco, a visita agendada para Ricardo, não constava na agenda do museu, ocorreu alguma falha de comunicação. Então destacaram uma funcionária para fazer o acompanhamento. A função dela não era fazer o guiamento de pessoas, então a experiência foi muito básica. Para Donária a experiência foi ótima, segundo ela, pois foi conduzida por uma pessoa preparada para o guiamento, que lhe contou e mostrou todo o museu com riqueza de detalhes.

Nessas experiências, você pode perceber a importância de um bom atendimento. Os mesmos lugares visitados, causaram impressões diferentes. Não só em museus, mas em todos os lugares, o bom atendimento pode valorizar ou rebaixar a impressão do visitante sobre o local. Só a estrutura física e seu acervo não garantem a satisfação do visitante.

Uma curiosidade, foi em relação ao banheiro do Memorial da República. Donária disse que estava bom para utilização. Mas Ricardo complementou, dizendo que, realmente o banheiro feminino acessível estava bom, mas o mesmo não acontecia para o banheiro masculino acessível. Eles tinham dimensões e posicionamento dos equipamentos diferentes.

Para Ricardo, o erro encontrado é básico, por isso, quem projetou a acessibilidade no banheiro não tinha um bom conhecimento. “Os lugares precisam dar a importância de se contratar um profissional experiente para implantar a acessibilidade, caso contrário, na maioria das vezes o local fica inutilizável ou com dificuldade para seu uso”, observou Ricardo Shimosakai.

No dia seguinte a visitação foi feita com o grupo completo. O primeiro local foi o Parque da Lajinha. É um parque interessante, mas precisa ser melhor trabalhado do ponto de vista turístico, está praticamente abandonado e com poucas visitações. O parque sofre também com o vandalismo, percebido nas condições dos banheiro, que tiveram furtadas torneiras, tampas de vasos sanitários, sabonetes, papel toalha entre outros itens.

Para a acessibilidade, o que mais chamou a atenção e dificultou o passeio, foi o calçamento feito de “pé de moleque”, que são pedras brutas e irregulares, no mesmo estilo encontradas em Paraty/RJ e Salvador/BA. Eram trechos curtos, mas mesmo assim praticamente impossíveis de passar sem uma ajuda.

Em seguida visitamos o Parque Mariano Procópio, bem mais acessível e conservado. No local também há o Museu Mariano Procópio, um dos principais acervos do país, segundo monitores locais. Infelizmente somente uma pequena parte está aberta à visitação pública. O conjunto do parque e museu, bem trabalhados na acessibilidade e o turismo, podem atrais muitos visitantes.

“Tenho trabalhado com consultoria para que os estabelecimentos consigam se adaptar corretamente e também na qualidade à informação turística, pois é o ponto de partida para a decisão de uma viagem. Se o turista não consegue colher informações de confiança sobre o destino, incluindo fotos, vídeos e depoimentos positivos encontrados na internet, dificilmente o destino será escolhido. E isso se refere às questões de acessibilidade também. A maioria dos hotéis, restaurantes, transporte, comércio e atrativos não possuem informações sobre acessibilidade. Uma agência de viagens receptiva especializada em turismo acessível poderia resolver o problema, mas isso também é difícil encontrar”, comenta Ricardo Shimosakai

Para assistir ao vídeo da entrevista, feito pela TY Integração, afiliada regional da TV Globo na Zona da Mata Mineira, clique em cima da imagem abaixo ou no link a seguir. Uma outra janela abrirá no portal G1 com a entrevista completa. http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/mgtv-1edicao/videos/v/cadeirantes-visitam-e-avaliam-acessibilidade-em-pontos-turisticos-de-juiz-de-fora/7974924/

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