Hotel não dá ouvidos ao surdo, mesmo em caso de emergência

por | 11 set, 2012 | Turismo Adaptado | 14 Comentários

Fábio que é portador de surdez foi a uma grande cidade participar de um evento. Ao chegar no hotel, como era previsto, teve dificuldade em informar à recepcionista que queria se hospedar. Gesticulou, desenhou, pulou, mostrou…

Nenhum funcionário do hotel, é claro, sabia Libras (linguagem de sinais) e também não sabia como explicá-lo como pagar, como usar a chave magnética, horário de café, etc. Enfim já estava acostumado, infelizmente, com essas dificuldades. Mas finalmente Fabio conseguiu entrou no quarto. Foi tomar um banho e … a porta emperrou.

Fabio que não podia gritar começou a bater e chutar a porta do banheiro. Mas ninguém o escutava. Passou horas tentando ser ouvido até que exausto usou os fracos de amenities e a lixeira do banheiro para quebrar a janela. Fábio jogou sabonete, xampu, rolo de papel higiênico pela janela. Um transeunte atacado na cabeça foi até a recepção do hotel para reclamar:

– Tem um hóspede louco jogando coisas pela janela! Vou processar o hotel!

A recepcionista acionou imediatamente a governanta, que por sua vez acionou a segurança e foram até o quarto. Chegando lá era possível ouvir murros dentro do apto. Abriram a porta e perceberam que o hóspede estava trancado no banheiro. Perguntavam a ele, insistentemente se estava bem, mas acharam estranho por que ele não respondia nada.

Ficaram até com medo dele, pois, poderia ser realmente louco ou estar drogado. Por fim quando abriram a porta, Fábio, ensanguentado de tanto esmurrar a porta e a janela, pegou suas coisas e saiu correndo do hotel. Quando a recepcionista finalmente percebera o que havia ocorrido era tarde demais:

– Ah ! Era esse?!!! Ele é surdo, coitado…

Fonte: Hotel em curso

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14 Comentários

  1. maria salete dos santos

    grandes empresas tem interprete de libras tendo em vista o grande numero de brasileiros deficiente auditivo.pelo visto esse hotel que recebe hospedes de varias regiões.parou no tempo. lastimavel….

    • Ricardo Shimosakai

      O surdo ainda é ignorado por diversas áreas da sociedade, inclusive no turismo. Mas a Turismo Adaptado está trabalhando para reverter essa situação.

      • Sônia Maria Ramires de Almeida

        Essa história é um pouco exagerada e trata de um suposto surdo analfabeto em língua portuguesa escrita. É até caricatural e ofensivo porque parece que um surdo precisa de intérprete até para ir ao banheiro. Embora muitos considerem libras sua primeira língua a própria lei diz que libras não substitui a modalidade do protuguês escrito. Eu e muitos surdos que usam aparelhos auditivos, próteses de todo tipo e que nos comunicamos usando a língua portuguesa nos sentimos discriminados por esse tipo de matéria. O surdo descrito é
        analfabeto em português, e não gritou porque não quis, ser surdo não significa ser mudo!

        • Ricardo Shimosakai

          O texto não fala que todo surdo precisa de libras, é sua interpretação. Se você se sente ofendida, sinto muito. E há os surdos que realmente querem ser atendidos em Libras, e não ficarem escrevendo textos em papel. Devemos respeitar.

  2. Cíntia Firmino Ferreira

    Quero colocar algumas coisas. Sou professora de Libras e tb tenho perda auditiva. Realmente deveria haver pessoas preparadas para nos receber, mas por outro lado, porque ele não fez uso da escrita para tentar ser entendido? Se é adulto, o mínimo é saber a escrita da língua protuguesa. Segundo que surdo não é mudo, então não sei pq não gritou. Pessoal, é preciso acessibilidade em Libras, mas falta tb para o surdo aprender a língua portuguesa, tenho muitos amigos que nasceram surdos e escrevem bem o português. No banheiro, deveria ter alarme, caso algo aconteça, mas imagino que esse surdo tenha dificuldade em encontrar bom emprego se nem sequer sabe escrever. Queria dizer que não somos portadores de surdez, somos surdos – ninguém porta um deficiência. Também não é linguagem de sinais e sim língua. Desculpe, mas apesar de ser a favor do treinamento em Libras, afinal isso é importantíssimo, tb acho que o surdo ao menos se não quiser aprender a falar aprenda a escrever em português, caso contrário não terão acesso a faculdade – terão interpretes, mas não conseguirão fazer prova. Precisa portanto haver dois esforços – do ouvinte aprender Libras e do surdo aprender ao menos escrever em português

    • Ricardo Shimosakai

      Concordo com suas colocações. O texto não foi de nossa autoria, portanto reproduzi ele fielmente, e também gosto de deixar aberto para opiniões diferentes. A Libras é importante para o surdo e a sociedade, mas a Língua Portuguesa também é. Então tanto a sociedade como a comunidade de surdos devem se adequar.

  3. Sônia Maria Ramires de Almeida

    Cíntia fez os comentários que eu também faço, em primeiro lugar um surdo deveria saber o mínimo de português para se comunicar por escrito. Eu uso aparelhos auditivos, não uso libras e quando não entendo algo peço para me escreverem.
    Outra coisa, ele poderia gritar sim, surdez não é acompanhada de lesão em cordas vocais que impeçam gritos.
    Esta história está mal contada? Exagerada para fazer do surdo um coitadinho?

    • Ricardo Shimosakai

      Pode haver algum exagero, mas realmente alguém que ficar preso no banheiro, e digo qualquer pessoa, terá dificuldade de pedir socorro. Mesmo gritando alto, pode ser dif´cil alguém perceber. Por isso a importância do alarme no banheiro.

      • Sônia Maria Ramires de Almeida

        A única coisa com a qual concordo é a necessidade de alarme no banheiro de lugares públicos. Mas precisam parar de divulgar que todo surdo usa libras, o que é uma mentira preconceituosa…eu e miutos surdos nos comunicamos usando a língua portuguesa e precisamos tecnologia assistiva em lugares públicos, informação escrita em português, a língua portuguesa promove nossa tão desejada independência!

  4. Sônia Maria Ramires de Almeida

    Esta historinha me parece coisa inventada, um surdo analfabeto e desinformado nem teria conseguido viajar e chegar ao hotel. E falta a identificação do personagem, o nome da cidade, do hotel, etc…Está mais parecendo peça publicitária para promover curso de libras.

    • Ricardo Shimosakai

      Sim, faltam detalhes para compreender a história por completo. Mas mesmo sem conhecimento da língua ou completas informações do local é possível viajar. Eu mesmo faço isso, mas tenho habilidade para sair de situações complicadas. Se formos a um país de língua estrangeira, sem conhecimento da mesma, podemos nos considerar analfabetos também. Mas o aconselhável, é viajar atravém de um agente de viagens especializado. A Turismo Adaptado organiza viagens para que essas situações não aconteçam.

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