Acessibilidade para surdos na cidade turística de Bonito
Esta matéria foi escrita por Neivaldo Zovico para o Blog Acessibilidade para Surdos. Neivaldo é consultor e palestrante sobre acessibilidade para surdos e deficientes auditivos, membro da Comissão de Estudos da Acessibilidade de Comunicação e Visual para pessoas surdas e deficientes auditivos – ABNT, Coordenador Nacional de Acessibilidade para Surdos da FENEIS.
Em janeiro de 2011 fui para Bonito – MS com um grupo de surdos e ouvintes para aproveitar as férias, estavam comigo, Shirley Vilhalva (Diretora Administrativa da Feneis), Moryse Saruta (Diretora Regional da Feneis-SP), Sidney Galindo e Natany Vilhalva (ouvinte – filha da Shirley). Fomos conhecer os passeios que a cidade turística oferece, cachoeiras, visitação á grutas, passeios de bote em rios de águas cristalinas, mergulho, etc. Percebi a importância de acessibilidade na prestação de serviços para pessoas surdas assim como para outros deficientes.
Bem, hoje já existe uma – Norma Brasileira Regulamentadora – que discursa sobre a NBR 15559 Acessibilidade – Comunicação na prestação de serviços que prevê que também as empresas de serviços turísticos deverão preparar-se e adaptar-se para atender os deficientes. Entendo que a empresa turística ao atender integralmente um grupo de surdos através da acessibilidade na comunicação, só tem a ganhar, pois é um novo mercado a ser trabalhado. São pessoas com poder aquisitivo e possibilidade de explorar esses serviços de forma integral.
Infelizmente poucas empresas estão preparadas paras atender o turista surdo, neste passeio quando fomos comprar os bilhetes para o bote, precisamos que a intérprete Natany nos auxiliasse.
No dia seguinte, nosso grupo foi até o ponto de onde saia o passeio de bote pelas cachoeiras e quedas d’agua até chegar á ilha do Padre. Antes do início a Natany interpretou as orientações sobre segurança e posicionamento dentro do bote para evitar acidentes. O passeio durou uma hora e meia, descendo as cachoeiras, remando, e brincando de guerra de água com balde. Um passeio foi muito bom e divertido.
Mais tarde visitamos o projeto Jibóia, onde assistimos uma palestra com o objetivo de conscientizar a importância de preservação das cobras, na palestra foi dito que as cobras só atacam quando aproximamos e elas se sentem ameaçadas. Mas para obter essas informações convidamos novamente a jovem Natany para interpretar.
As empresas de turismo devem se atentar sobre as normas de acessibilidade assim como as Secretarias de Turismo desses municípios devem oferecer alternativas para atender os surdos ou o público com algum outro tipo de deficiência.
Nota: A Turismo Adaptado está desenvolvendo projetos para qualificar o setor turístico para atender surdos. Capacitação de intérpretes de Libras para atuar como guias turísticos a curto prazo e curso de libras para os guias de turismo a médio e longo prazo. Os projetos serão realizados em parcerias com organizações voltadas para surdos, como a própria FENEIS, onde Neivaldo Zovico é coordenador. E um dos planos é aplicar este projeto em Bonito, onde está sendo trabalhada a acessibilidade para deficientes físicos pela Turismo Adaptado.
Fonte: Acessibilidade para Surdos
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Não entendi o que quis dizer, você esta fazendo uma critica ou disse que bonito tem turismo acessivel? se for a última esta equivocado Bonito não tem turismo de acessibilidade, falta projetos e interesse por parte do poder publico municipal, estadual e federal.
Primeiramente, esta matéria foi escrita por Neivaldo Zovico da FENEIS, um surdo bastante atuante. Eu acrescentei somente uma nota de nossos trabalhos. Mas a matéria está fazendo uma crítica da falta de preparo para os surdos. Estamos com um trabalho em andamento em Bonito para pessoas com deficiência física, e nesse ponto o destino está com uma boa preparação. Já enviamos diversas pessoas e todas retornaram satisfeitas. Perfeito não está, porém já há uma evolução significativa. Finalizando, o poder público não resolve tudo, se tivéssemos que depender dele, não teríamos avançado tanto.