Deficientes visuais em campo: bola na rede nos gramados de Beijing
O futebol é uma paixão mundial. Os portadores de deficiências visuais estão entre seus adeptos. Além de praticarem outros tipos de esporte, os deficientes visuais criaram suas ligas e conseguiram introduzir a modalidade na disputa dos Jogos Paraolímpicos. A seguir, vamos falar sobre uma escola de futebol para deficientes visuais em Beijing.
Antes de tudo, vamos ressaltar as regras básicas do futebol para os deficientes visuais: Os times entram em campo com cinco jogadores, incluindo o goleiro. O jogo é dividido em dois tempos de 25 minutos. Caso necessário, haverá uma prorrogação de 10 minutos. O campo corresponde a metade do gramado oficial. O gol possui dois metros de altura e três metros de largura. A bola possui alguns gomos de metal e porta vários guizos em seu interior. Quando a bola é chutada, portanto, emite sons para a orientação dos atletas. Há duas marcas de pênalti – a seis metros e a nove metros de distância do gol. Se ocorrer uma falta no interior da grande área, o pênalti será cobrado da marca dos seis metros. A partir da quarta falta fora da grande área em cada tempo, o pênalti será batido da marca dos nove metros. Não existe impedimento.
A Escola do Futebol para Cegos de Beijing foi estabelecida em dezembro de 2005. Possui 10 adolescentes que cursam o nível secundário. Han Dongshuo é o técnico do time. “Pega a bola”, “chuta”, “dribla”… Han sempre grita nos treinamentos, pois é a única maneira de poder se comunicar com seus atletas. Os meninos treinam com muita seriedade, apesar dos choques e dos machucados. Conforme Han, a coragem é a maior qualidade de um atleta com deficiência visual. “Eles precisam de muita técnica e de espírito de equipe. Porém, precisam de coragem para avançar sobre o adversário,” afirma Han.
Para eliminar o medo, Han, instrui os meninos a apalparem o gramado. Um mês depois, ou seja, depois de conhecerem o campo, ele começa a ministrar os treinos táticos e a entrosar o time – sempre em busca da bola pela audição. O uso de equipamentos de proteção individual, como a cobertura dos olhos, joelheira, cotoveleira – é indispensável.
Nos jogos, os atletas gritam uns com os outros, da mesma forma que o técnico. Por isso, os jogadores têm de distinguir bem as vozes dos colegas, a dos adversários e do técnico.
O futebol traz imensa felicidade e alegria aos atletas. Zhao Yue, 12 anos, expressou aos repórteres que seu coração dispara de emoção quando corre em campo e que se comunica muito bem com a velha e querida gorduchinha.
Zhang Linshuang é a estrela do time. Ele disse que gosta de correr e driblar. Diz que voa ? ao invés de correr ? e que explode de emoção e prazer ao mandar a bola para o fundo da rede.
Han diz que os meninos sonham em participar dos Jogos Paraolímpicos de Beijing, em 2008. “Acho que meus jogadores têm a qualidade e a confiança necessária para isso” avaliou.
“Assistimos à Copa do Mundo da Alemanha. Sabemos que a Itália é o campeão do mundo. Vamos continuar trabalhando. Queremos ser os melhores do mundo também” dizem os meninos.
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