Cadeirantes viajam pelas Américas. Dois amigos enfrentam 45 mil km de aventuras.
Essa é uma expedição que podemos dizer que foi feita em oito rodas. Os amigos e cadeirantes Michał Woroch e Maciej Kamiński completaram recentemente a jornada de 45.000 quilômetros com uma Land Rover Defender (Defe) de 1996 pelas Américas com a expedição WheelchairTrip.
Foram trezentos e doze dias, dois continentes, quinze países e centenas de horas atrás do volante, partindo de Ushuaia, extremo sul do continente, até outro extremo, Prudhoe Bay, no Alasca.
Michał Woroch, 34, sofre de atrofia muscular espinhal, e Maciej Kamiński, 35 anos, tem um tumor na coluna. Os dois se conheceram em um hospital.
Em 2 de agosto, a dupla orgulhosa escreveu no Facebook: “Conseguimos, conquistamos o Fim do Mundo. Nós dirigimos de Ushuaia através das duas Américas até Deadhorse no Alasca. Dois anos e meio trabalhando no projeto, 312 dias viajando e incontáveis horas atrás do volante. Nós fizemos isso!”
A ideia do projeto de viagem em cadeira de rodas pelas Américas nasceu em 2014, embora não tenha sido a primeira jornada do gênero que os amigos fizeram. Anteriormente, eles viajaram pela Mongólia, Spitsbergen (Noruega), Europa Ocidental, Escandinávia e Índia. Essas viagens deram a eles a confiança para se desafiarem ainda mais.
Depois de comprar a Land Rover Defender, eles levaram dois anos para adaptá-la às suas necessidades. O carro foi transformado em uma casa móvel, com dois níveis de camas e elevadores para cadeiras de rodas.
A jornada teve seus perrengues. Um grave problema no motor, que aconteceu nos Estados Unidos, forçou-os a suspender a viagem, voltar para a Polônia, país onde vivem, e passar 10 meses consertando e se preparando para voltar.
De volta à estrada desde 13 de junho, com um novo motor instalado, dirigiram para o norte de Los Angeles para terminar o que começaram.
“Estamos no fim do mundo. Estou muito feliz, mas também muito cansado com esta viagem. Muitas vezes me perguntei se fazia sentido esgotar-me assim” disse Michal em um vídeo do Facebook.
Ele acrescentou: “Eu acho que há algo nele, que quando experimentamos algo difícil, então, naquele momento, queremos esquecer isso e nos levar a um lugar quente e seguro. Mas depois que conseguimos sair dessa situação difícil, nos lembramos dos momentos mais difíceis até o fim de nossas vidas e nos lembramos deles com carinho.”
Fonte: Go Outside
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