Cinta avulsa para transferência de cadeirantes. Conforto e segurança sem constrangimentos.

por | 11 maio, 2019 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

A transferência é uma das principais habilidades que um cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida precisa conhecer. Ela é utilizada em várias situações, quando se quer sair ou voltar entre assentos como a cadeira de rodas, cama, carro, cadeira de banho, poltronas entre outros. Foi um dos primeiros fundamentos que eu (Ricardo Shimosakai) aprendi no centro de reabilitação. Para quem não tem força ou coordenação suficiente para se transferir sozinho, é necessário da ajuda de terceiros.

Existem equipamentos como o guincho de transferência, mas como ele é grande e pesado, costuma ser utilizado em locais de uso constante, como em quartos de residências. Na maioria dos locais o auxílio ainda é feito de maneira manual, utilizando os braços e mãos diretamente, mas isso além de ser desconfortável e constrangedor, também é preciso de treinamento para que não ocorra nenhum acidente. Outro equipamento chamado Lady Shifting, facilita a transferência com a ajuda de um simples equipamento manual.

Cory Lee experimentou uma cinta avulsa para transferência, que experimentou no Aeroporto Schiphol em Amsterdã. Ela é colocada na pessoa, ainda sentada na cadeira, envolvendo pontos estratégicos das pernas e tronco. Depois os auxiliares pegam nas alças da cinta, e num movimento único, puxam a pessoa para cima e imediatamente colocam no assento posicionado ao lado. Esta forma é muito mais confortável, sem constrangimentos e mais segura do que a opção direta com os braços.

É uma boa opção para aeroportos, rodoviárias e outro locais de grande fluxo de pessoas com deficiência, pois o material é compacto e leve, além de ter um baixo custo. É claro que há necessidade de um treinamento, mas é bastante intuitivo.

Porém isso não pode substituir a acessibilidade, como utilizá-lo para carregar o passageiro para dentro do ônibus. É indicado somente para transferências simples. No caso do vídeo, Cory Lee estava desembarcando do avião, e inicialmente estava na cadeira utilizada para embarques e desembarques, para fazer a transferência para a sua cadeira de rodas.

Sempre digo que as dificuldades relacionadas à acessibilidade, são iguais em todo o mundo. Alguns países e lugares mais evoluídos já criaram e testaram soluções, muitas delas bastante eficientes, de fácil aplicação e baixo custo. Então não há nada de errado em copiar essas iniciativas, pelo contrário, seria muito louvável se as empresas fizessem isso.

Muitas empresas dizem que não implantam essas soluções porque não tem conhecimento delas. Então porque não tem em sua empresa uma pessoa com conhecimento atualizado em acessibilidade, ou então contratar um consultor? Isso é óbvio quando se quer realmente um bom trabalho, então eu tenho a certeza para dizer que, quando isso não é feito, é porquê não há interesse da empresa. Muitas empresas que apresentam um bom trabalho de acessibilidade, geralmente tem um bom profissional envolvido.

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