Ônibus rodoviário acessível na Alemanha. Capacidade para até doze cadeirantes.
A Germany Travel Mart é uma tradicional feira realizada todos os anos, organizado pelo Ministério do Turismo da Alemanha para promover o turismo do país, fechado somente a profissionais convidados. Cada ano o evento é realizado em uma cidade diferente, e em 2017 a cidade escolhida foi Nuremberg.
Ricardo Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado, foi convidado para participar, junto com a delegação Brasileira, organizada por Margaret Grantham, a Diretora para Brasil do Centro de Turismo Alemão – DZT. Opcionalmente também, existem o chamado pré-tour, que são passeios técnicos de aproximadamente 3 dias, nos dias que antecedem o evento, pelas cidades próximas.
Um dos pré-tours é voltado para a questão do turismo acessível, chamado Barrier-free Pre-Convention Tour. Nesse ano as cidades do roteiro foram Munique, Kempten, Oberstdorf, Franconian Lake District, Gunzenhausen, finalizando em Nuremberg. Dentre os convidados que participaram do pré-tour sem barreiras, além de Ricardo Shimosakai representando o Brasil, estavam profissionais do turismo acessível da Inglaterra, Holanda, Finlândia, Dinamarca e Alemanha.
Nesse passeios havia seis usuários de cadeira de rodas, e fomos transportados todos num único ônibus rodoviário. O acesso para o interior é feito através de uma plataforma, na parte traseira do ônibus. As poltronas possuem um sistema de fixação no piso, e podem ser retiradas de acordo com a necessidade, cabendo até 12 cadeiras de rodas. Um sistema de cintas de fácil engate em trilhos fixos no piso, prende a cadeira de rodas com segurança. Além disso, uma cinta prende a pessoa na cadeira de rodas, afinal ambos precisam estar seguros.
No Brasil não existe nenhum modelo igual, os poucos que existem tem espaço para no máximo 2 cadeira de rodas. Na verdade, todos os ônibus deveriam ter acessibilidade, mas dificilmente isto é encontrado, nem mesmo com as soluções que atualmente já são ultrapassadas mas que ainda constam em normas como a cadeira de transbordo. A ABNT estava revisando a norma para acessibilidade em ônibus rodoviário, mas poucos avanços foram feitos. Ricardo Shimosakai estava participando das reuniões, mas suas ideias não eram levadas em conta nem pelos colegas que defendiam a necessidade da acessibilidade.
“É preciso ter modelos de ônibus que comportem várias cadeiras de rodas, senão as viagens em grupo de cadeirantes se tornam muito difíceis. Eu já recebi um pedido de um grupo de 10 cadeirantes de Israel que viriam para São Paulo, e não foi possível transportá-los todos juntos. Viagens em grupo são muito procuradas, mas o Brasil ainda não possui infraestrutura para poder atender com qualidade. E se isso não for uma exigência baseada em uma lei, dificilmente algum empresário irá tomar uma iniciativa espontaneamente.” Comenta Ricardo Shimosakai.
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Nossa Ricardo, adorei a matéria!! Quem dera os nossos governantes se preocupassem , com a nossa acessibilidade e o nossa bem estar, saúde a pior possível comprar uma cadeira nova nem pensar, fica muito dificil dizer mais alguma coisa! O brigada pelo seu canal de informação!!
Não existe ônibus assim no Brasil. Não é por falta de condições, pois as empresas tem dinheiro e todos os equipamentos necessários existem no país. Também não é por falta de informação, pois eu já falei com várias empresas, e tentei adequar a norma. Então só podemos pensar, que é por falta de vontade mesmo.