Aluna da UTAD cria roteiro museológico para deficientes visuais
O Museu da Região Flaviense, em Chaves, é agora mais acessível à população cega e amblíope graças a Ana Cristina Teixeira Tavares, estudante da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que realizou o seu estágio curricular no Núcleo de Arqueologia deste Museu, e logo sentiu motivação bastante para torná-lo acessível também a deficientes visuais, lançando mãos ao trabalho de criar o roteiro com 30 páginas em Braille, Relevo e Texto Ampliado.
A Câmara Municipal de Chaves, por sua vez, abraçou, de imediato, a mesma causa, mandando imprimir dez exemplares que ficarão ao dispor na recepção do Museu de quem deles necessitar. Em quinze páginas, esta jovem propõe assim um percurso pelo espólio museológico, cujas peças são identificadas e devidamente descritas. Ana Tavares pretende através deste projecto dar o primeiro passo para que o Museu se torne inclusivo, tendo em vista ainda outros projectos, como seja a realização de áudio-guias e exemplares táteis que irão complementar o roteiro.
O seu interesse neste tema teve início no projecto de investigação que está a realizar, “A escuridão nos Museus – Acessibilidade para pessoas invisuais”, em que não se quis limitar apenas a uma abordagem teórica da matéria, mas sim deixar algo prático que ajude esta população (163.569 pessoas conforme a atualização do último censo pelo INE em 2007) com necessidades tão especiais e que conta com tão poucos recursos que lhe permita acesso à cultura.
Os trabalhos práticos e de investigação estão a ser desenvolvidos ao longo do 3º e último ano do curso em Turismo, que funciona no Pólo de Chaves da UTAD, e decorrem no âmbito das unidades curriculares Práticas em Empresas e Instituições I e II e pretende responder à seguinte pergunta: Quantos museus em Portugal são acessíveis a pessoas invisuais e de que forma?
“Fala-se imenso na criação de acessibilidades para pessoas portadoras de deficiências motoras, mas esquecem-se das pessoas com deficiências visuais”, explica Ana Tavares, acrescentando que ainda não existe grande abertura para este tipo de projetos porque a procura por parte dos deficientes visuais “é pouca” e são ações “muito dispendiosas”. Mas, ressalvou, “não existe procura porque não existe oferta”.
Fonte: Diário Atual
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Sensacional! Penso ser muito importante a criação de roteiros e sua adaptação às necessidades e anseios de todos. Afinal, quem não tem direito à aquisição de novos conhecimentos sobre a natureza e a cultura das comunidades visitados?
Muito bom o post! Parabéns, Ricardo!
Estamos vendo a inclusão de todos para apreciar museus de diferentes locais do Brasil. Prestamos atenção na acessibilidade física e sensorial, pois seguimos o conceito de Turismo para Todos. Nem sempre isso é possível, mas devido à resistência dos estabelecimentos, pois não falta a oferta de nossos serviços para que isso seja melhorado.