Cego brasileiro participa do projeto “Esquiando no Escuro” na República Tcheca

por | 11 fev, 2011 | Turismo Adaptado | 4 Comentários

Em janeiro de 2008, a Urece Esporte e Cultura realizou um dos mais ambiciosos feitos de sua história. Batizado Esquiando no Escuro, o  projeto permitiu que Marcos Lima se tornasse o primeiro cego brasileiro a esquiar na neve. A façanha ocorreu em 21 de janeiro de 2008, nas montanhas do interior da República Tcheca, próximo à cidade de Jeseníky. Era o primeiro dia da oficina de esqui adaptado organizada pelos professores da Universidade Palackého de Olomouc.

A iniciativa só foi possível graças ao empenho de Gabriel Mayr, professor de educação física e gerente de desenvolvimento da Urece. Mestre em atividades físicas adaptadas pela referida universidade, Gabriel foi quem tornou possível a realização desse projeto tão pioneiro. Além disso, a primeira etapa do Esquiando no Escuro contou com o apoio imprescindível da Construtora Santa Isabel, que deu as passagens para que Marcos Lima e a jornalista Thaís Miranda (incumbida de registrar em vídeo todas as fases do treinamento de Marcos) pudessem viajar a República Tcheca. Já a Loja de Inverno forneceu roupas de frio, muito úteis em temperaturas abaixo de zero. Graças a todos eles, hoje a Urece tem a honra deter em sua equipe o primeiro cego brasileiro a esquiar.

Tendo nascido e crescido na cidade do Rio de Janeiro, antes desta experiência, Marcos Lima nunca havia nem sequer tido contato com a neve. Durante os dez dias da oficina, Marcos enfrentou muitas quedas, dificuldades com o equipamento e com o ambiente que ele não conhecia. Mas, para seu professor, o técnico de esqui para cegos da seleção tcheca, Zbynék Janecka, classificou seu pupilo como um dos cinco melhores iniciantes que passaram por suas mãos em mais de trinta anos de trabalho no esporte. Janecka não só introduziu Marcos nos primeiros passos do novo esporte, como também preparou Gabriel Mayr para ser seu técnico e guia.

Formado em jornalismo, Marcos Lima manteve um blog durante a viagem, contando o dia-a-dia de suas descobertas, desventuras, medos e conquistas. 

Retorno de mídia

O pioneirismo do projeto atraiu a atenção de diversos órgãos de imprensa. Antes mesmo do início da oficina de esqui, Marcos Lima e Gabriel Mayr já eram notícia no Jornal Extra, um dos diários de maior circulação do Rio de Janeiro.

Graças às imagens feitas durante a oficina de esqui na República Tcheca, quando retornou da Europa, Marcos Lima também não apenas deu entrevista, como também participou ao vivo do programa Zona de Impacto, do canal fechado SPORTV, que é dedicado a esportes radicais. Eleita uma das melhores matérias do ano de 2008, ela foi reprisada em dezembro. Ele também seria tema de reportagem no Esporte Espetacular, mas, por ter dado entrevista ao vivo no Zona de Impacto três dias antes, a matéria gravação foi cancelada.

Além do Zona de Impacto, o projeto pioneiro também apareceu no Programa Especial (TVE) e no Esporte Fantástico, da Rede Record, entre outros. Na Internet, diversos sites divulgaram o projeto, incluindo blogs do Jornal Extra, do Lancenet, além de sites como o Bolsa de Mulher, Ler para Ver, etc. Além disso, diversos filmes universitários ou para concursos foram realizados sobre o projeto, com destaque para “O Desafio Branco”. Apesar do sucesso, ainda resta um longo caminho para que Marcos Lima e Gabriel Mayr possam realizar o sonho de participar de uma Paraolimpíada de Inverno. Para que o projeto siga em frente, eles necessitam de patrocinadores. “Como o esqui é realizado sempre fora do Brasil, não há condições de a Urece bancar sozinha um projeto dessa monta” diz Marcos. “Mas nós continuamos buscando parceiros, já que acreditamos muito na força desse projeto, que é inovador e ao mesmo tempo ambicioso”.

Fonte: Urece

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4 Comentários

  1. lucasradaelli

    Muito interessante. Já tive a oportunidade de esquiar em 2006. Epa, então o primeiro cego a esquiar do Brasil fui eu! hahaha – brincadeiras a parte, o esporte é muito interessante e eu gostaria de praticá-lo uma vez mais, ou quem sabe, muitas vezes, hehe.

  2. Ricardo Shimosakai

    Olá Lucas,
    é algo bastante diferente principalmente para brasileiros. Esquiei quando ainda andava e estava morando no Japão. No segundo semestre desse ano, irei para a Argentina visitar Bariloche e San Martin de Los Andes, onde existem um projeto de acessibilidade e esqui adaptado. Irei elaborar um pacote turístico adaptado, para que todas as pessoas possam apreciar

  3. Aline

    É muito bom saber sobre esqui adaptado, meu marido que é cadeirante, tem esse sonho de esquiar desde de qndo andava…

    • Ricardo Shimosakai

      Olá Aline,
      Procure a Turismo Adaptado para realizar essa viagem, pois há muitos aspectos envolvidos, e fazer uma viagem por conta ou com uma agência que não conheça a acessibilidade com detalhes, pode acabar lhe trazendo muitos problemas.

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