Esgrima em cadeira de rodas. Touché para o preconceito e discriminação.

por | 30 jan, 2011 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

Ludwig Guttmann, em 1953, introduziu a esgrima para pessoas em cadeira de rodas. Em nível paraolímpico, a modalidade é uma das mais tradicionais. Homens e mulheres duelam desde a primeira Paraolimpíada em Roma (1960). Desde então as regras têm se desenvolvido de acordo com os avanços em técnicas de fixação das cadeiras no chão. A esgrima requer dos atletas capacidade de adaptação, criatividade, velocidade, reflexos apurados, astúcia e paciência. Somente competem pessoas com deficiência locomotora. O Comitê Executivo de Esgrima do Comitê Paraolímpico Internacional administra a modalidade, que segue as regras da Federação Internacional de Esgrima (FIE).

As pistas de competição têm 4m de comprimento por 1,5m de largura. A diferença para a esgrima olímpica é que os atletas têm suas cadeiras fixadas no solo. Caso um dos esgrimistas se mexa, o combate é interrompido. Os equipamentos obrigatórios da modalidade são: máscara, jaqueta e luvas protetoras. Nos duelos de florete, a arma mais leve, há uma proteção para as rodas da cadeira. Nas disputas de espada, uma cobertura metálica é utilizada para proteger as pernas e as rodas da cadeira. As competições se dividem em categorias de acordo com a arma: florete, espada e sabre.

Nos combates de florete, os pontos só podem ser computados se a ponta da arma tocar o tronco do oponente. Também na espada, o que vale é tocar o adversário com a ponta da arma em qualquer parte acima dos quadris, mesma área de pontuação adotada nos duelos de sabre. Com este tipo de arma o esgrimista pode atingir seu rival tanto com a ponta quanto com a lâmina do sabre.

Uma das peculiaridades da esgrima em cadeira de rodas é a forma na qual são computados os pontos. As vestimentas dos atletas têm sensores que indicam quando o atleta foi tocado. Tanto o público quanto os esgrimistas e juízes podem acompanhar o placar do duelo. Quando o toque da arma resulta em ponto, uma das luzes – vermelha ou verde – que representa os atletas se acende. Quando ocorre um toque não válido, é acesa uma luz branca.

Na primeira rodada dos torneios individuais os confrontos duram no máximo quatro minutos. O vencedor é quem marca cinco pontos até o fim do combate. As etapas seguintes têm três tempos de três minutos cada, com intervalos de um minuto. Ganha o esgrimista que fizer 15 pontos ou o que tiver a maior pontuação ao final do combate. Caso haja empate, há prorrogações de um minuto até que um dos atletas atinja o outro, numa espécie de “morte-súbita”.

Quando as disputas são por equipe, vence o time que marcar 45 pontos ao final dos combates. As equipes devem ter três competidores, sendo obrigatória a presença de um atleta da classe B. Em caso de igualdade no placar, valem os mesmos critérios de desempate dos duelos individuais para se apontar um vencedor. No Brasil, a modalidade é organizada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro através da Coordenação de Esgrima, atualmente ocupada pelo Prof. Valber Lázaro Nazareth.

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Fonte: CPB

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