Vitória do Espírito Santo. Acessibilidade na capital Capixaba

por | 15 fev, 2011 | Turismo Adaptado | 9 Comentários

Vitória possui mais de 2.200 bares, restaurantes e lanchonetes que, por tradição histórica, usam a calçada com a utilização de mesas e cadeiras para os clientes. Os dados são de 2010. Para garantir o trânsito seguro de pedestres sem obstáculos, foi publicada uma instrução normativa que exige a pintura de uma faixa amarela para reservar a passagem dos moradores. Calçadas com menos de 1,95 metro não podem ter mesas e cadeiras. No caso de passeios entre 1,95 metro a 2,95 metros, os comerciantes têm de separar 90 centímetros para o pedestre. Para as calçadas maiores do que 2,95 metros, o espaço deverá ser de 1,20 metro.

Em todas as regiões da capital, existem vagas reservadas exclusivamente para idosos e pessoas com deficiência. Mas, para usufruir do benefício, é preciso ter o cartão nacional de estacionamento. Quando a pessoa para em qualquer uma dessas vagas precisa deixar a credencial no painel, no interior do veículo, de modo que seja possível a sua visualização pelo agente de trânsito. Caso não o faça, mesmo sendo idoso ou deficiente, será multado.

O Calçada Cidadã é um grande projeto de acessibilidade para os pedestres, sobretudo as pessoas com deficiência, gestantes e idosos. Ele prevê a padronização das calçadas, visando à  mobilidade com segurança pela cidade, conforme determina a legislação federal e municipal. A calçada cidadã possui a faixa de percurso seguro, ou seja, plana, sem degraus, sem obstáculos e não escorregadia, e a de serviço, na qual se concentra todo o mobiliário urbano (árvores, postes, orelhões etc). A faixa de serviço é marcada com piso podotátil, diferenciado para identificar área não segura para caminhar, principalmente para os portadores de deficiência visual. O projeto é muito importante porque a maioria dos deslocamentos na cidade – mais de 177 mil viagens – é feita a pé, de acordo com o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade Urbana de Vitória, de 2008.

O sistema de transporte coletivo de Vitória é planejado e gerenciado para garantir acessibilidade a todos, incluindo idosos, obesos e pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida. A frota de ônibus vem sendo substituída gradativamente, com a aquisição de veículos adaptados, que possuem plataforma elevatória, espaço para cão guia e um banco com dimensão diferenciada. Em Vitória, idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência, além de terem direito à reserva de seis assentos de uso exclusivo na parte dianteira dos coletivos, também podem, se preferir, optar por passar pela catraca e ocupar qualquer outro assento do veículo.

Ao todo, há 112 ônibus adaptados, o que corresponde a 33% da frota municipal. Os dados são de 2010. Os pontos de ônibus também estão sendo dotados de abrigos que oferecem melhores condições de conforto, mobilidade e contemplam todas as normas de acessibilidade previstas na legislação vigente. Além do banco, há espaço reservado para acomodar cadeiras de roda.

Nos principais portões de entrada e em áreas estratégicas da cidade, Vitória conta hoje com cinco Postos de Informações Turísticas (PIT). Os postos localizam-se no Aeroporto e nas praias da Curva da Jurema e Camburi. Os atendimentos são realizados por agentes municipais do Grupamento Turístico, que prestam informações sobre a cidade e seus pontos turísticos, distribuindo mapas e folhetos. No PIT da Curva da Jurema, os agentes municipais receberam capacitação e agora recebem os turistas com deficiência auditiva usando a linguagem de libras.

PIT Curva da Jurema
Endereço: localizado no módulo nº 18 da praia da Curva da Jurema
Telefone: (27) 3135-2102
Horário: todos os dias, das 7 às 17 horas

PIT Aeroporto
Endereço: Avenida Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras.
Telefone: (27) 3235-6300
Horário: todos os dias, 24 horas

PIT Camburi
Endereço: localizado no final da Praia de Camburi, em frente ao acesso rodoviário que interliga a orla à BR 101 Norte
Telefone: (27) 3135-8009
Horário: todos os dias, das 7 às 17 horas

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Fonte: Prefeitura de Vitória

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9 Comentários

  1. Renata

    Ah! Minha cidade é linda mesmo! 🙂 Mas pra ficar mais linda tem que transformar os seus projetos em realidade.
    A calçada cidadã é perfeita na Praia de Camburi, mas deixa muito a desejar no restante da cidade. Ou suas rampas não tem uma inclinação correta, ou o piso tátil é colocado de uma forma indevida; ainda estão fora do padrão estabelecido. E as inúmeras calçadas inacesíveis a qualquer ser humano ainda existem!
    É vivível que muitos ônibus adaptados estão rodando pela cidade, mas falta educação das pessoas (motoristas, cobradores e aqueles que não abrem mão do seu lugar naquele banco que fica no espaço reservado para o cadeirante) e manutenção das rampas. Sem falar na falta de treinamento para uso da rampa nos coletivos.
    E se o cadeirante resolve vir a Vitória pelo aeroporto… Venha preparado para descer pela escadinha e carregado ( exceto a TAM que usa um equipamento específco). E o banheiro não é o dos mais acessíveis.
    Espero que não desanimem de vir à Vitória! Afinal os projetos existem e, ainda que em passos de tartarugas, eles tem caminhado rumo a real e ideal acessibilidade!!!

    • Ricardo Shimosakai

      Minha inteção é elaborar um pacote turístico acessível para Vitória, dai seria oferecido um serviço de qualidade, para eliminar todos os problemas que você citou. É claro se for por conta, ai pode se deparar com esses e muitos outras barreiras, mas a nossa proposta é criar um serviço de qualidade, então quando alguém quiser ir a Vitória nos procure!

  2. Renata

    Precisando de dicas, só dizer! Estou às ordens!! Será um prazer colaborar! 😉

  3. ocritiquista

    Ricardo, bom dia!

    Parabéns pelo seu blog!
    O turismo com acessibilidade é um nicho que precisa ser explorado, desenvolvido e principalmente divulgado no Brasil. Existe uma demanda reprimida.
    Sou formado em Administração de Empresas pela Anhembi-Morumbi e fiquei tetraplégico em 2006. Estou iniciando um blog e pretendo tratar o tema da acessibilidade.
    Venha nos visitar qualquer hora.
    Abraços,
    Tadeu
    O Critiquista

    • Ricardo Shimosakai

      Olá Tadeu,
      Também me formei na Anhembi Morumbi, porém em Turismo. Adquiri minha deficiência em 2001, mas foi a partir de 2004 que comecei a trabalhar pelo lazer e turismo para todos, justamente pela dificuldade que encontrava no Brasil. Mesmo mostrando a questão da grande demanda existente, a oportunidade de lucro financeiro e de imagem, além de ser uma obrigação por lei, é difícil fazer com que os empresários implantem a acessibilidade em seus negócios

    • Ricardo Shimosakai

      Quando eu fui, as iniciativas de acessibilidade estavam surgindo, Espero que tenha evoluído, pois todos querem conhecer a beleza dessa cidade.

  4. Kelly Amaral De Farias

    Acho bem interessante essas medidas. Mas eu tenho uma pergunta. Eu trabalho em Inglaterra no centro nacional de lesao medular, muitos dos meus pacientes perguntam sobre o acesso para cadeirantes em Vitoria. A minha pergunta é como eles irão fazer p usufruir do diteito à vaga de estacionamento uma vez que n sao brasileiros. Os direitos são iguais. Ou a lei é so p brasileiros e os outros ficam de fora? O q essas pessoas precisam fazer p usufruir dos mesmos direitos.

    • Ricardo Shimosakai

      Em relação à vaga de estacionamento reservada para pessoas com deficiência física, existe uma falha. Somente quem possui o cartão de estacionamento, tem direito para utilizar as vagas, e para isso é preciso comprovar sua residência no Brasil. Ou seja, quem não mora no Brasil, não tem direito à vaga. Mas isso não acontece só aqui, pois nos Estados Unidos e outros países da Europa, acredito que inclusive a Inglaterra, a logística funciona da mesma maneira. Isso fica complicado para estrangeiros, pois são poucas as vagas reservadas existentes, e se estas só podem estacionar com o cartão, e a pessoa não tem como ter o cartão, então o resultado é que ela, mesmo precisando, não pode estacionar em nenhuma vaga reservada! Corre o risco de levar uma multa e ter o carro guinchado. Em alguns lugares como shoppings, ainda é possível deixar o carro na área VIP do estacionamento e deixar por conta do manobrista, pagando por uma tarifa normal, mas isso não é uma regra.

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