Quem vê o alemão David Hock circulando pelo Parque Olímpico pode até confundi-lo com um atleta. Nada disso. Ele também pode servir de inspiração, mas não entra em ação para competir, para para contar todos os detalhes da Paralimpíada do Rio de Janeiro para um jornal de seu país. Jornalista, David nasceu sem os braços e usa os pés para digitar e escrever seus textos, habilidade que passou a desenvolver ao longo dos anos
– Eu sempre digo que meus pés são as minhas mãos. Assim como você aprendeu a escrever com as suas mãos, eu aprendi com meus pés. Claro que quando comecei a digitar no computador eu não era tão rápido como sou agora, mas é fazendo que se aprende, e agora eu tenho um sistema de digitação inteligente – explicou, que mostra agilidade com os pés no teclado do computador e também ao usar aplicativos de conversa no aparelho celular.
David é um entre diversos exemplos no centro de mídia. O fotógrafo João Batista, por exemplo, é deficiente visual, o que não o impede de fazer sua atividade. Ele vê no evento a chance de mostrar que todos são capazes.
– Aqui é a possibilidade de existir inclusão de verdade. Se somos todos iguais, temos a mesma batida do coração, por que não ter profissionais nessa área? – disse.
Correspondente da BBC e biamputada (perdeu as duas pernas aos 19 anos), a jornalista Kathleen Hawkins também trabalha na cobertura da Paralimpíada e vê o fato de ter uma deficiência como um aliado no trabalho durante o evento.
– Acho que, para mim, significa que se estou entrevistando um amputado eu posso fazer perguntas completamente diferentes de um jornalista que não é amputado porque eu estou interessada nas próteses deles, em como eles estão lidando com o calor porque sei pessoalmente que isso é um problema real. Então, acho que você tem essa diversidade, você acaba conseguindo obter coisas mais interessantes dos atletas – contou.
Clique aqui ou em cima da foto a seguir para poder acessar o vídeo com relatos dos jornalistas com deficiência
Fonte: Sportv