O Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria) vai adaptar folhetos culturais de diversos espaços emblemáticos da cidade em braille e linguagem pictográfica, numa iniciativa pioneira no País, anunciou hoje esta instituição de ensino superior.
Os folhetos do Castelo de Leiria, do Moinho de Papel, do m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento, do Centro de interpretação do Abrigo do Lagar Velho e do Agromuseu Dona Julinha estão agora disponíveis para pessoas cegas e para pessoas com incapacidades intelectuais, tendo a iniciativa sido desenvolvida ao abrigo do projecto Leiria de Todos + Acessível.
Esta acção, única no País segundo o IPLeiria, conta com a colaboração da Câmara Municipal de Leiria, e surge de um trabalho conjunto de diversas plataformas desta instituição de ensino superior, nomeadamente, os estudantes do mestrado em Comunicação Acessível, o Centro de Investigação em Inclusão e Acessibilidade em Acção (iACT) e o Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID).
“O projecto tem como principal objectivo contribuir para uma acessibilidade plena de todos os cidadãos, colocando assim a cidade de Leiria na vanguarda da inclusão, abordando a comunicação acessível através de vários olhares e em vários contextos, para que se atinja uma perspectiva holística do fenómeno”, refere o comunicado.
O IPLeiria informa ainda que é a única instituição do país com um mestrado em Comunicação Acessível. “Tem como objectivo formar especialistas em comunicação acessível, com vista ao desenvolvimento das competências teóricas e operacionais necessárias a uma inserção no mercado de trabalho nacional e internacional.”
Na edição deste ano estão inscritos cerca de duas dezenas de estudantes de diferentes países, entre os quais Brasil e Luxemburgo.
Desde há vários anos a trabalhar na área, com o Centro de Investigação em Inclusão e Acessibilidade em Ação (iACT) e o Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID), em 2013, o IPLeiria dinamizou o ano temático IPL(+)INCLUSIVO, que envolveu a cidade em torno da temática da inclusão, promovendo a discussão deste tema e promovendo diversas iniciativas ao longo do ano lectivo, que envolveram milhares de pessoas.
O CRID/IPLeiria tem vindo a assumir um papel percursor na acessibilidade de pessoas com deficiência às diversas áreas da vida. Em 2014 adaptou os menus dos espaços de restauração da Praça Rodrigues Lobo, no centro histórico de Leiria, para braille, e este ano começou a adaptar também para braille, mensalmente, uma obra literária.
Até ao momento foram adaptados Viver a vida a amar, de Fátima Lopes, Navio da Noite, de João Melo, e Desnorte de Inês Pedrosa.
Fonte: Jornal de Leiria