A sétima edição do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência começou esta semana, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, e segue até 5 de outubro. A mostra, que já passou pelo Rio de Janeiro em agosto, exibe agora na capital paulista 33 filmes e promove quatro debates sobre os temas autonomia, imagem e estigma, ser artista e autismo.
Foram selecionados documentários, ficções e animações produzidos em 20 países, entre eles Austrália, Espanha, Alemanha, México, França, Chile, Polônia, Itália, República Tcheca, Bielorrússia, Rússia, Reino Unido, Cazaquistão, Eslováquia, Bélgica, Irã, Suíça, Ucrânia e Israel.
O Brasil participa do festival com sete produções: E Agora José, Maria e João, de Marcio Takata, sobre perspectivas de futuro independente de adultos com deficiência intelectual; Conjuntos, de Rodrigo Cavalheiro e Monica Farias, que mostra uma tarde de ensaio de dança inclusiva; Tatuagem e Terremoto, de Sávio Tarso e Nilmar Lage, com o depoimento de uma vítima da poliomielite; Marcelo, de Jéssica Lopes, sobre o universo sonoro de uma criança que está em fase de adaptação ao implante coclear; A Onda Traz, O Vento Leva, de Gabriel Mascaro, sobre a jornada sensorial de Rodrigo, que tem deficiência auditiva e trabalha com instalação de som em carros; Marina Não Vai à Praia, de Cássio Pereira dos Santos, sobre o sonho de uma menina com Síndrome de Down de ir à praia; e Outro Olhar, de Renata Sette, que apresenta a atitude das pessoas ao redor de uma adolescente com Down na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
O festival abriu nesta quarta-feira às 13h com o alemão Carmina – Viva a Diferença, de Sebastian Heinzel. O documentário mostra um projeto internacional de dança em que mais de 300 dançarinos profissionais e amadores com e sem deficiência encenam a famosa cantata Carmina Burana, de Carl Orff. O longa de 80 minutos tem como tema central a inclusão, contra o que alguns participantes se rebelam algumas vezes. Além das dificuldades de relacionamento, o filme acompanha o árduo processo de ensaios em que os dançarinos são constatemente desafiados.
Todos os filmes foram produzidos entre 2012 e 2015, e a maioria tem como protagonistas pessoas com algum tipo de deficiência, como autismo, Síndrome de Down, deficiência intelectual, visual, auditiva ou física. Segundo a curadora do evento, Laura Pozzobon, o assunto que mais se destaca nesta edição do festival é a autonomia. “O amor e as lutas políticas das pessoas com deficiência já foram temas do festival. Este ano, recebemos uma grande quantidade de filmes sobre pessoas com autismo, com Síndrome de Down e deficiência intelectual. Mas o grande tema deste ano, que norteia a maior parte dos filmes, é a autonomia, a possibilidade de uma vida com independência. Este assunto surge como o grande objetivo, o grande desejo, o grande sonho. Os filmes, em seu conjunto, nos trazem um belo repertório de experiências, dificuldades e conquistas nesse sentido”, afirma.
Além de ser gratuita, a mostra Assim Vivemos oferece recursos de acessibilidade para todos os públicos: audiodescrição em todas as sessões e catálogos em braile para pessoas com deficiência visual; legendas closed caption nos filmes e interpretação em libras nos debates para as pessoas com deficiência auditiva; e fácil acesso para pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes.
Confira a programação completa do festival no site www.assimvivemos.com.br.
Fonte: Rede Brasil Atual