A um ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, um dos temas mais debatidos entre as instituições culturais é como melhorar o acesso do público com deficiência a espaços como museus, teatros e centros culturais. Com o propósito de ampliar este acesso e incentivar a produção feita por artistas com deficiência, o British Council, por meio do projeto Unlimited: Arte Sem Limites, realizará entre os dias 31 de julho e 3 de agosto, oficinas de formação em acessibilidade no Rio de Janeiro (RJ). O evento é voltado para gestores e funcionários dos espaços culturais de todo o Brasil, artistas e profissionais interessados em acessibilidade. As inscrições para a seleção de participantes destes dois dias são gratuitas e podem ser feitas no site transform.org.br até o dia 20 de julho.
“Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres 2012, o Reino Unido desenvolveu diversas práticas de fomento à produção dos artistas com deficiência integradas à programação cultural olímpica. No Brasil, incorporamos esta visão ao programa Transform desde 2013, criando oportunidades de capacitação e criação artística no Brasil em parceria com várias organizações, para as quais acessibilidade é prioridade. No Rio, acreditamos que este é um importante legado olímpico para ser compartilhado”, afirma Lucimara Letelier, Diretora Adjunta de Artes do British Council.
O programa será dividido em três módulos: Atendimento (Front of House), Legado Olímpico e Legislação e Programação, Comunicação e Gestão. Estes dois últimos serão realizados na sede da Rio 2016 e abertos a inscrições gratuitas. O módulo de Atendimento, que acontecerá no Museu de Arte do Rio – MAR, será oferecido à Rede Unlimited de acessibilidade na Cultura, que é formada por diversas organizações que darão continuidade à experiência por meio de fóruns e encontros futuros.
O trabalho será conduzido por profissionais da Shape Arts, conceituada instituição inglesa de incentivo a artistas com deficiência que apresentou o seu trabalho nas Olimpíadas de Londres, quando a cidade recebeu 4237 atletas paralímpicos. São elas Barbara Lisicki, que atuou como gerente de Acessibilidade nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Londres, e Zoe Partington-Solinger, gerente de arquitetura do projeto Inside Out, que reúne artistas e arquitetos com deficiência para explorar novas formas de concepção de espaços acessíveis. Todos os consultores da Shape Arts são artistas profissionais com deficiência e experiências significativas na área de acessibilidade.
O projeto é uma iniciativa do British Council e foi criado a partir de visitas de diagnóstico realizadas entre 2013 e 2014, em espaços culturais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ele faz parte de uma série de atividades do Unlimited, o maior programa de incentivo a trabalhos produzidos por artistas com deficiência do mundo, e que foi apresentado pela primeira vez como parte das Olimpíadas Culturais de 2012, evento paralelo à competição oficial.
O Unlimited chegou ao Brasil em 2013, dentro do Programa Transform de artes, por meio de festivais, performances, workshops, consultorias e treinamentos. Sua primeira edição no país aconteceu no Rio de Janeiro, também em 2013, com a mostra de algumas das mais bem-sucedidas criações artísticas apresentadas durante as Olimpíadas Culturais de Londres, unindo música, dança, teatro, cinema e artes visuais. Artistas da plataforma Unlimited, como Claire Cunnhingham, Julie MacNamara e Robert Softley também se apresentaram e participaram de debates e oficinas nas cidades de Salvador, Recife, Caruaru, Goiânia e São Paulo.
O programa Unlimited de acessibilidade em espaços culturais realizado pelo British Council em parceria com a Rio 2016 e o Museu de Arte do Rio – MAR, é um desdobramento do Transform, que realiza o intercâmbio de experiências para formação de novas competências e criação de parcerias institucionais na área de artes e cultura no Brasil e Reino Unido.
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected]
Fonte: Revista Incluir