A ideia foi lançada hoje pelo presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), José Serôdio, durante a cerimónia de comemoração do décimo aniversário do programa “Praia Acessível – Praia para Todos!”, que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
“Se investirmos seriamente no desenvolvimento coerente de práticas inovadoras de acessibilidade às praias, estaremos a contribuir, determinantemente, para que o nosso turismo no contexto internacional constituía um fator chave para a afirmação da marca Portugal inclusivo e acessível”, disse.
O responsável do INR defendeu que “melhores condições de acessibilidade às praias são sempre possíveis de oferecer, desde que haja vontade” dos municípios para investir.
“Com praias mais acessíveis, ganhamos todos, pessoas com deficiência, setor da restauração, setor do turismo e famílias”, considerou José Serôdio.
Criado em 2004 para promover a acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada às praias, o projeto “Praia Acessível” resulta de uma parceria entre o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Turismo de Portugal (TP), em colaboração com os municípios do litoral ou do interior onde existam praias.
No primeiro ano do projeto, 49 praias receberam o galardão de “praia mais acessível”. Em 2014, foram consideradas acessíveis 194 zonas balneares, “o que corresponde a cerca de 35% do total nacional das zonas balneares oficialmente designadas”.
“Depois do inverno rigoroso [de 2014] são muito bons resultados”, disse Ana Rita Vilhena, responsável pelo gabinete de inserção e desenvolvimento do INR, acrescentando que “ainda há margem de crescimento”, esperando que este ano se ultrapasse ou atinge as 200 praias galardoadas.
A intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas praias portuguesas está focada “no ordenamento do território, na qualidade ambiental, na segurança balnear e na qualidade das águas balneares, mas também na acessibilidade”, explicou a diretora do departamento de recursos híbridos da APA, Felisbina Quadrado.
Para a diretora do desenvolvimento e inovação do Turismo de Portugal (TP), Teresa Ferreira, “a acessibilidade contribui, não apenas para reforçar os valores do bem receber, mas é também uma forma de diversificar a oferta e captar novos segmentos de mercado”, que visitam o país “atraídos pelo sol e pelas praias”.
“Portugal enquanto destino turístico tem vindo a ser reconhecido mundialmente”, reforçou a responsável do TP, revelando que “em 2014, houve mais de 46 milhões de dormidas, cerca de 16 milhões de hóspedes na hotelaria, mais de 10 milhões de euros de receitas turísticas e mais de 7 milhões de euros de saldo positivo na balança turística”.
A praia urbana de Pampilhosa da Serra, em Coimbra, e a praia da Luz, no concelho de Lagos, receberam esta tarde os prémios “Praia + Acessível” referentes a 2014.
Estacionamento reservado às pessoas com mobilidade condicionada, passeio acessível da via publica até à zona balnear e às instalações sanitárias, acesso pedonal fácil para o posto de socorro, acesso até ao mar e informação acessível a todos são os requisitos obrigatórios.
A adesão ao programa permite aos municípios serem galardoados anualmente com o prémio “Praia + Acessível”, como forma de “revelar o compromisso assumido do ponto de vista social e uma vontade firme de captar visitantes e turistas, quaisquer que sejam as suas necessidades específicas de mobilidade”.
Os municípios e concessionários de zonas balneares que se queiram candidatar em 2015 poderão fazê-lo até ao dia 31 de março.
A entrega dos galardões e o hastear das bandeiras acontecerá no início da época balnear, após confirmação das condições de acessibilidade existentes nas zonas candidatas.
Fonte: Notícias ao Minuto