Turnê de teatro acessível chega às favelas do Rio
Projeto da ONG Escola de Gente leva cultura com acessibilidade para cinco áreas da cidade.
Assistido por milhares de pessoas em todo o Brasil, o espetáculo teatral Ninguém mais vai ser bonzinho – Em Esquetes está de volta ao Rio de Janeiro, desta vez como parte de um projeto que levará cultura com acessibilidade para cinco favelas da cidade. A iniciativa da ONG Escola de Gente tem patrocínio da Oi e da White Martins, através da Lei Rouanet do Ministério da Cultura. A peça é encenada pelo grupo Os Inclusos e os Sisos, projeto de arte e transformação social da Escola de Gente, criado em 2003 pela atriz Tatá Werneck e estudantes de Artes Cênicas da Unirio. Atualmente, o grupo está na sua quarta geração de jovens artistas dedicados/as a colocar a arte a serviço da Inclusão.
Entre os dias 30 de agosto e 28 de setembro, a peça será apresentada gratuitamente aos moradores da Favela do Fumacê, Caçapava, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Caju. O início da circulação pelas comunidades acontece às vésperas da primeira celebração pelo Dia do Teatro Acessível, 19 de setembro. A data temática é um desdobramento da campanha Teatro acessível: arte, prazer e direitos, idealizada pela Escola de Gente em 2011. A campanha tem por objetivo garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e baixo letramento, entre outras condições, na vida cultural de suas cidades.
O espetáculo Ninguém mais vai ser bonzinho – Em Esquetes conta com todos os recursos de acessibilidade na comunicação previstos em lei: intéprete de Libras, legenda eletrônica, audiodescrição das cenas, programas em braile, visita guiada ao cenário, atendimento prioritário para pessoas com deficiência e reserva de assentos para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.
Além das apresentações, o público também poderá participar de Oficinas de Teatro Acessível ministradas pelo grupo Os Inclusos e os Sisos, com supervisão da Escola de Gente. As oficinas buscam propor situações que promovam mais espaço interno para as pessoas se exercitarem na perspectiva inclusiva, desconhecida, como prática, para um importante contingente populacional. São várias vivências, jogos, dinâmicas e propostas. As oficinas têm vagas limitadas e as inscrições podem ser feitas através do e-mail [email protected].
Livro inspira peça – Baseado no livro homônimo da jornalista e fundadora da Escola de Gente, Claudia Werneck, recomendado por Unesco e Unicef, a peça Ninguém mais vai ser bonzinho tem como tema central a urgência em se promover uma sociedade inclusiva, passando da fase de conscientização para a de ação. O livro, publicado no ano de 1996 pela WVA Editora, especializada em inclusão, é vendido também em formatos acessíveis, e se tornou a primeira obra no Brasil a tratar do tema a partir da Resolução 45/91, assinada pela ONU em 1990. Apresentado pela primeira vez em 2007, Ninguém mais vai ser bonzinho, com criação e direção de Diego Molina, é um espetáculo que revela cenas sutis de discriminação no dia a dia, apresentadas com muito bom humor.
Oficinas de Teatro e Inclusão – As Oficinas Inclusivas já foram multiplicadas mais de 400 vezes em países das Américas, Europa, Oceania e África. “Tudo é muito instigante, provocador, ousado e faz com que o público de artistas, produtores, educadores, funcionários de empresas, conselheiros de direitos, e tantos outros públicos, abram espaços internos e externos de diálogo com outras pessoas e seus modos de sentir, existir, se comunicar. Nas Oficinas de Teatro Acessível é possível ousar e testar os limites daquilo que se pensa, no dia a dia, ser inclusão. Buscamos expandir consciências e explorar estratégias e novos modos de atuação por uma construção coletiva de sociedades inclusivas”, comenta Claudia Werneck.
Escola de Gente – Comunicação em Inclusão – Na última década, a Escola de Gente trabalha para que as políticas públicas se tornem inclusivas, ou seja, que garantam direitos humanos também para quem tem deficiência e vive na pobreza, especialmente crianças, adolescentes e jovens, uma atuação premiada e reconhecida nacional e internacionalmente. A participação em conselhos, produção e disseminação de marcos teóricos e metodologias próprias, formação de juventudes em mídias acessíveis em universidades, comunidades e favelas, criação de indicadores, consultorias e distintas ações na área da cultura são papéis desempenhados pela Escola de Gente. Desde 2002, a organização já sensibilizou diretamente para a causa da inclusão mais de 400 mil pessoas em todas as regiões do Brasil e em 15 países das Américas, Europa, Oceania e África para a causa da inclusão. Integrante do Conselho Nacional de Juventude, do Conselho Estadual de Juventude e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entre outras redes. No ano de 2011, recebeu o Prêmio Direitos Humanos na categoria: “Direitos de Pessoas com Deficiência” da presidente Dilma Roussef, a mais alta condecoração que o Estado brasileiro pode oferecer a uma organização da sociedade civil na área dos Direitos Humanos.
Programação:
07/09
Endereço: Quadra de eventos da Caçapava / Ginásio Presidente Ramos. Rua da Capaçava, 305 – Grajaú
Horário: Oficina: 10h às 13h
Espetáculo:
Grupo convidado: 16h às 16h15
Ninguém mais vai ser bonzinho – 16h15 às 17h05
09/09
A Praça de Conhecimento- Complexo do Alemão (acesso é pela Rua Nova Brasília, na altura do número 1.919, da Avenida Itaóca, em Inhaúma.
Horário: Oficina: 10h às 13h
Espetáculo:
Grupo convidado: 16h às 16h15
Ninguém mais vai ser bonzinho -16h15 às 17h05
12/09
Fundação Gol de Letra
Endereço: Rua Carlos Seidl, 1141/ 2º andar – Caju
Horário: Oficina: 8h30 às 11h30 – 30 pessoas
Espetáculo:
Grupo convidado: 16h às 16h15
Ninguém mais vai ser bonzinho – 16h15 às 17h05
13/09
Escola Municipal Pedro Aleixo
Endereço: R. Edgard Werneck, 1565 – Cidade de Deus
Horário: Oficina: 10h às 13h – 30 pessoas
Espetáculo:
Grupo convidado: 16h às 16:15
Ninguém mais vai ser bonzinho – 16h15 às 17h05
Fonte: Rede Saci
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