Gays surdos fazem a festa
A questão das diferenças é amplamente discutida atualmente, mas o preconceito ainda é forte, principalmente quando a pessoa tem mais de um motivo para ser discriminado. Abaixo uma informações e declarações do autor do blog Gays Grisalhos
Dizem os surdos que são os ouvintes que fazem da surdez um problema. Os surdos são, em geral, uma minoria que tem uma língua própria, a língua gestual. Mas a cultura dominante na nossa sociedade é um discurso oral ou escrito, sendo difícil admitir que se possa comunicar de outro modo. É um pouco o que acontece com a sexualidade dominante heterossexual, que tem muita dificuldade em aceitar outras formas de expressão sexual para além da sua, que pretende impor como exclusiva. Entretanto, há muitas diferenças: enquanto os heteros em grande parte excluem os homos ou bissexuais, na comunidade surda, a convivência entre heteros e homos surdos é boa e não existe muita discriminação – palavras de um conhecido meu.
Quem discrimina os gays surdos são os gays ouvintes, que partilham da convicção da maioria de que a única língua válida é a oral. Assim, para nós, eles são portadores de deficiência, enquanto os gays surdos se consideram a si próprios simplesmente “pessoas diferentes”. Durante muito tempo nós ouvintes, decidimos por eles o que lhes era conveniente e só mais recentemente se começou a reconhecer a pessoa surda como detentora de um estatuto jurídico, como pessoa diferente. Por isso, os surdos, hoje, reivindicam uma sociedade multicultural, tolerante e solidária, tal como a comunidade gay, com a efetiva promoção da igualdade de oportunidades entre ouvintes e surdos e, nesse sentido, é necessário respeitar o seu direito fundamental de se comunicar através da língua gestual.
Na minha juventude eu tive relação com um gay idoso surdo e mudo – ele era um homem maravilhoso, inteligente, sensível. Pena que durou tão pouco, mas ele ajudou bastante na formação do meu caráter e na forma como eu me relaciono com o mundo e mais ainda, o mundo das diferenças. O grupo Estruturação de Brasília faz um trabalho muito legal na comunidade de gays surdos e surdas, com cursos de LIBRAS – Língua Brasileira dos Sinais.
A sede da Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT, localizada na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n° 366, 4° andar, realizou em abril de 2010, a posse social da diretoria da Associação Paranaense de LGBT surdos (APLS) que é uma organização não-governamental que surge com o intuito de promover a discriminação sofrida por pessoas LGBT surdas.
Além de permitir o acesso à prevenção em HIV/DST-Aids, uma vez que a diferente forma de comunicação utilizada por essa população às vezes dificulta o acesso às informações corretas, a organização vem com o propósito de se fazer notar enquanto comunidade LGBT para surdos, visando materiais de prevenção e também de direitos humanos que os incluam.
A diretoria da organização é composta somente por pessoas LGBT com deficiência auditiva que, desde o começo do ano, se reúnem para a formulação do estatuto da instituição e uma das primeiras ações propostas do grupo é a realização de um curso de libras. O valor da mensalidade será simbólico e a grade horária terá duração de nove meses e será aberta ao público. Mais informações pelo telefone: (41) 3222-3999.
Nos exterior as comunidades gays com deficiências auditivas estão muito evoluídas e tem Paradas do Orgulho Gays de Surdos, como na imagem deste post. Clique a seguir para conhecer o site oficial deste evento Deafab. O vídeo abaixo mostra uma chamada para a Festa Sem Preconceito GLBTS (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais Surdos) realizada na ASSP (Associação dos Surdos de São Paulo) e também para a Parada Gay na Avenida Paulista.
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