Anac quer fim de reserva da 1ª fileira para grávidas e deficientes

por | 24 set, 2012 | Turismo Adaptado | 8 Comentários

Uma proposta da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) quer acabar com a reserva das três primeiras fileiras dos aviões para gestantes, idosos e deficientes.

Análise: As iniciativas são frágeis diante da demanda das ‘prioridades’

A minuta da resolução, aberta para sugestões desde ontem no site da agência, libera as companhias aéreas para acomodarem esses passageiros em qualquer área do avião, desde que os assentos fiquem no corredor e tenham braços móveis ou removíveis.

Essa é uma das novidades do texto da Anac, criado para substituir norma de 2007.

A prévia receberá sugestões até 5 de setembro, com direito a duas audiências públicas, ainda sem data marcada. Em seguida, a Anac publicará a resolução, com prazo de seis meses para adaptação.

Concentrar os passageiros com necessidades especiais nas três primeiras fileiras, como se faz hoje, não é a opção mais segura em caso de emergência -daí a mudança. Melhor é espalhá-los pela aeronave, perto de outras saídas.

Também beneficiados pela resolução, bebês de colo, deficientes visuais com cão-guia e pessoas que não possam dobrar o joelho são exceções e terão prioridade em assentos com espaço maior.

A proposta beneficia as empresas, que podem cobrar mais pelos primeiros assentos, mais espaçosos. A TAM faz isso; a Gol também, a partir da segunda fileira na ponte aérea.

O texto propõe ainda que:

1) As empresas serão obrigadas a se justificar sempre que recusarem um passageiro que requer assistência;

2) Nenhum passageiro nessas características poderá ser discriminado e recusado em razão de sua aparência;

3) As companhias terão de ter um responsável por acessibilidade para responder a dúvidas no atendimento;

4) A assistência terá que ser dada também ao passageiro que estiver em conexão;

5) As companhias terão que manter, por três anos, dados que comprovem o atendimento a essas pessoas;

6) Elevadores (ambulifts) terão que ser fornecidos pelos aeroportos, e não pelas empresas; isso já ocorre hoje nos principais aeroportos.

Continuará a valer regra sobre o máximo de passageiros a bordo que não conseguem se mexer sozinhos: dois, para a maior parte da frota doméstica brasileira.

 

CRIANÇAS

Outra mudança: bebês e crianças entram na resolução. A Anac quer que as empresas forneçam equipamentos como berços, cangurus e bebês conforto a quem precisar.

Crianças desacompanhadas precisam estar em assentos no qual estejam sob vigilância dos comissários, diz a minuta da resolução.

Todos os passageiros que precisarem de apoio precisam pedi-lo com pelo menos 48 horas de antecedência às companhias, o que motivou críticas.

“Na minha vida, acontece toda hora de ter que viajar de uma hora para outra. Imagina ter que avisar 48 horas antes?”, disse a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), que é tetraplégica e viaja duas vezes por semana de avião.

As multas por descumprimento chegam a R$ 25 mil. Azul, Gol e TAM não se manifestaram. A Webjet afirmou que analisará o texto. A Avianca não respondeu.

Fonte: Folha de São Paulo 

Compartilhe

Use os ícones flutuantes na borda lateral esquerda desta página

Siga-nos!

[et_social_follow icon_style="flip" icon_shape="circle" icons_location="top" col_number="auto" outer_color="dark" network_names="true"]

Envolva-se em nosso conteúdo, seus comentários são bem-vindos!

7

8 Comentários

  1. Leandro

    palhaçada! Se uma pessoa com paraplégica sentar na poltrona do corredor e o passageiro ao lado precisar ir ao banheiro, por exemplo. Como o paraplégico faz para dar licença??? Recolhe as pernas com a mao ??? Ou a pessoa ao lado pula por cima dos assentos???
    Mas hoje em dia ja e dificil conseguir os assentos na primeira fileira, pois as Cias ja vendem estas poltronas e quando vamos pedir, alegam que ja esta reservada…

    • Ricardo Shimosakai

      Acredito que eles queiram eliminar as primeiras fileiras para pessoas com deficiência, mas que tenham condições de locomoção, como cegos, surdos, síndrome de down, entre outros. A proposta ainda está em elaboração, e não está aprovada. Apesar de estarem interessadas em nosso dinheiro, creio que as empresas aéreas ainda tenham um pouco de bom senso.

  2. Valéria

    Acho bem dífícil e injusta essa mudança. Quer dizer que os cadeirantes só poderão viajar em aeronaves novas com acessibilidade nos corredores? Porque nos atuais é impossível transitar com a cadeira de rodas para chegar a assentos mais distantes.
    Também esquece-se que deficiente físico nem sempre é cadeirante, pode ser muletante, e nesses casos o deslocamento maior fica muito difícil!
    Com a cobrança dos primeiros assentos, fica impossível uma dissociação com a vontade de faturar mais das companhias aéreas…
    Espero que tais mudanças não sejam aprovadas.

    • Ricardo Shimosakai

      Uma das justificativas para essa mudança é a questão da segurança. Então já que isso é um ítem importante, então eles primeiro deveriam verificar a segurança no embarque e desembarque, o que ainda é muito precária. Acredito que tudo isso seja mais uma vontade da imprensa em chamar a atenção, pois eles ainda estão pesquisando qual a melhor solução

  3. Mary Voit Rosa

    Quero ver os comissários carregango um PNE de 60k, ao longo do avião, pois as cadeiras de rodas não passam pelo corredor.
    Um país que quer sediar, ou vai, uma olimpíada, discriminando assim os PNE

    • Ricardo Shimosakai

      Carregar uma pessoa com deficiência nos braços, com certeza isso não seria permitido. Para fazer essas mudanças, é preciso apresentar uma solução confortável e com segurança. A Turismo Adaptado está atenta para isso, e está apresentando um projeto para atendimento em aeroportos, para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida

Enviar um comentário

Artigos relacionados

" });