Brasileira e britânica paraolímpicas comparam as dificuldades do dia-a-dia

por | 4 set, 2012 | Turismo Adaptado | 0 Comentários

Louise Hunt é inglesa, tem 21 anos e irá participar das competições de tênis de cadeira de rodas. Ana Paula Alves é brasileira, tem 40 anos e integra a seleção do Brasil de vôlei sentado.

Londres 2012

A cidade sede Londres de 2012 tem 8.500 ônibus adaptados para cadeirantes, e cada parada é anunciada em voz alta, assim como o ponto final, para que deficientes visuais possam acompanhar o trajeto.

No entanto, 80% do metrô londrino não é adaptado, de acordo com a ONG Transport for All (na tradução do inglês, transporte para todos). Alto-falantes anunciam as paradas, mas as estações geralmente têm acessos por escadas e degraus, o que inviabiliza a mobilidade de cadeirantes. Além disso, o vão entre o vagão e a plataforma costuma ser uma barreira difícil de transpor para as cadeiras de rodas.

Durante a Paraolimpíada serão colocadas rampas móveis de embarque em 16 estações para resolver o problema, mas ainda não está claro se essas rampas irão permanecer ali depois dos jogos.

Os “black cabs” (táxis pretos), como são chamados em Londres, são adaptados para receber deficientes e cadeirantes, inclusive com rampas de acesso para a entrada nos carros.

As calçadas londrinas são, na maioria, bem conservadas e adaptadas para cadeirantes e com rampas nos pontos de cruzamento.

Um programa do governo disponibiliza carros novos e já adaptados para portadores de deficiências a preços acessíveis. Dependendo do valor do automóvel, ele é coberto pela bolsa mensal recebida pelo deficiente.

Rio 2016

Na sede dos jogos de 2016, projetos individuais começam a surgir, mas, em geral, muitas ONGs e especialistas no assunto reclamam do acesso para portadores de deficiência.

Os meio-fios são altos; as calçadas, mal conservadas, e faltam rampas de acesso por toda a cidade. A prefeitura tem realizado obras para adaptar o Rio de Janeiro. O projeto “calçada lisa” promete trazer acessibilidade para 700 mil metros de pavimentos, até 2016.

Os táxis, em sua grande maioria, não são adaptados, embora haja empresas que, com carros maiores, se especializaram no transporte de cadeirantes.

Mais da metade da frota de ônibus da cidade do Rio de Janeiro, tecnicamente, é adaptada para cadeira de rodas, e uma lei determina que todos os ônibus no Brasil têm de estar de acordo com os padrões de acessibilidade até 2014. No entanto, os cadeirantes constantemente reclamam de que o elevador está quebrado, ou de que os motoristas não sabem como operá-lo.

Se comparado com o restante da cidade, o metrô carioca é muito bem adaptado. Com marcas em braile para cegos e diversas rampas de acesso, os deficientes não costumam ter problema de circular nesse meio de transporte.

Projetos como o “Praia para todos” garantem acessibilidade no Rio de Janeiro, com esteiras que permitem a cadeirantes chegar até o meio da areia, cadeiras anfíbias para entrar na água e tendas de apoio. No entanto, o projeto é móvel e, no momento, não existem pontos fixos de acesso para cadeiras de rodas praia neste momento.

Carros para deficientes físicos recebem um desconto de impostos de IPI, ICMS, IOF e IPVA. Os tributos no Brasil correspondem a cerca de 40% do valor do veículo.

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Fonte: BBC

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